Introdução: A neuromodulação sacral está indicada como terapêutica de escolha para pacientes com Incontinência fecal e/ou associada a outros distúrbios do assoalho pélvico que não responderam ao tratamento clinico.
Objetivo: Descrever a técnica do implante do eletrodo quadripolar na raiz Sacral‐S3, visando uma reposta adequada a baixos estímulos elétricos em uma pacientecom disfunções do assoalho pélvico.
Métodos: Paciente, 44 anos, 2 partos vaginais, com sintomas de incontinência fecal, escore da Cleveland Clinic 11/20, escore de Constipação da Cleveland Clinic de 12/30 e incontinência urinária. À manometria anorretal, baixas pressões e ao ultrassom anorretal, lesão parcial do esfíncter anal externo anterior. Sem melhora após o tratamento clínico e à reabilitação do assoalho pélvico. Submetida à fase I, paciente em decúbito ventral, com elevação da região lombossacra, sob sedação e anestesia local. Procede‐se a marcação dos pontos anatômicos, bilateralmente, localizados a 9cm acima da ponta do cóccix, correspondendo a junção sacrilíaca, e na linha média, posicionado a 2cm lateralmente corresponde ao forame S3, confirmando com aradioscopia. Introdução da agulha a 1,5cm acima dessa marcação, com angulação de 60°. A posição da agulha em S3 é confirmada pela radioscopia e verificada a resposta motora adequada em glúteos e hálux em cada lado. É escolhido o lado com a melhor resposta e o menor estímulo. Procede‐se à colocação de fio guia e o dilatador. A introdução do eletrodo deve ser acompanhada por radioscopia, posicionando 3 polos distais ao longa da raiz sacral e um polo no forame S3. São realizados testes para avaliar a resposta em cada polo. Realiza‐se a tunelização do eletrodo para uma incisão de 3cm abaixo da crista ilíaca ipsilateral ao implante. Outra tunelização contralateral é realizada para conexão do estimulador externo. Segue‐se a programação com o menor estímulo que tolerar.
Resultados: Após 15 dias, houve melhora maior70% dos sintomas e foi indicado o implante definitivo. Realizado sob sedação e anestesia local, abertura da incisão previa da pele e exposição do eletrodo. Após a secção do extensor externo, conecta‐se diretamente o eletrodo com a bateria que fica posicionada sob o tecido subcutâneo. Sem complicação.
Conclusão: A técnica é eficaz para tratamento dos distúrbios do assoalho pélvico com melhora expressiva dos sintomas. No entanto, necessita da realização do implante na posição adequada para obtenção da melhor resposta.