Introdução: A proctocolectomia restauradora com bolsa ileal é o tratamento de escolha no tratamento cirúrgico da retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI) e da polipose adenomatosa familiar (PAF). A deiscência da anastomose ileoanal nos reservatórios ileais pode ocorrer em até 15% dos pacientes, com alta morbidade. O objetivo deste pôster é o relato de um caso de manejo de deiscência de anastomose com curativo a vácuo pré‐sacral, discutem‐se suas vantagens e sua aplicabilidade.
Descrição do caso: Paciente feminina, 47 anos, portadora de PAF submetida à proctocolectomia restauradora com reservatório ileal e ileostomia protetora. Após alta hospitalar, retornou ao pronto‐socorre no 16° dia de pós‐operatório por deiscência de anastomose. Tomografia computadorizada demonstrou extensa coleção posterior e lateral esquerda ao reservatório ileal, media 6,9 x 5,2cm. Colonoscopia demonstrou anastomose a cerca de 2cm da borda anal com deiscência de aproximadamente 50% da circunferência na parede posterolateral esquerda. Optou‐se por drenagem do espaço pré‐sacral e colocação de esponja associada a dispositivo a vácuo. Após trocas sucessivas do dispositivo, houve regressão do processo inflamatório e formação de pequeno sinus. Paciente assintomática em acompanhamento ambulatorial. Após fechamento do sinus, confirmado por colonoscopia e ressonância magnética da pelve, foi feita a reconstrução do trânsito intestinal, seis meses após a primeira cirurgia, sem complicações.
Discussão: O tratamento da deiscência de anastomose em casos selecionados com esponja associada a dispositivo a vácuo é uma abordagem inovadora com bons resultados na manutenção do reservatório ileal e preservação de sua função.
Conclusão: O uso do curativo a vácuo pré‐sacral é uma opção eficaz no tratamento das deiscências de anastomoses ileoanais, que pode evitar complicações maiores com consequente perda do reservatório ou necessidade de reoperações.