Introdução: A colonoscopia é considerada um dos métodos diagnósticos e terapêuticos mais empregados nas últimas décadas, justificado pela alta incidência de alterações colorretais. Sua importância encontra‐se na prevenção do câncer colorretal (CCR), com a detecção, remoção e acompanhamento de pólipos, identificação de diverticulose, alterações inflamatórias dos cólons e angiodisplasias. Juntamente com a importância diagnóstica está a variedade de intervenções colonoscópicas possíveis, como biópsias, ressecções, demarcações de lesões através de tatuagens e cauterização com plasma de argônio. Poucas são as revisões das características dos exames, dos achados e procedimentos feitos por médicos em treinamento, em serviços de ensino.
Objetivo: Análise de exames endoscópicos baixos feitos no serviço de coloproctologia de um hospital de ensino do oeste paulista.
Métodos: Revisão retrospectiva, através de prontuário, de colonoscopias e retossigmoidoscopias flexíveis, feitas entre janeiro de 2016 e maio de 2017, no serviço de coloproctologia local. As variáveis categóricas foram apresentadas na forma de proporção e as variáveis contínuas, como média e desvio‐padrão. Para análise estatística, foi usado o programa IBM SPSS Statistics 23.
Resultados: Observaram‐se 577 exames endoscópicos baixos, dos quais 491 foram colonoscopias (90,8% completas) e 86 retossigmoidoscopias flexíveis, com um preparo adequado em 92,2% dos exames; 65% da amostra apresentavam comorbidades, doença inflamatória intestinal foi a principal indicação para o exame. Foram feitos procedimentos em 318 desses, dos quais em 203 foram polipectomias (67,2% dessas com pinça de biópsia), quatro cromoscopias, 16 cauterizações com plasma argônio, 29 tatuagens com tinta nanquim e 210 biópsias. Três pacientes apresentaram complicações graves: sangramento, laceração de sigmoide e perfuração de reto, os dois últimos evoluíram para tratamento cirúrgico.
Conclusão: São inúmeros os benefícios alcançados com exames endoscópicos baixos, desde o diagnóstico ao tratamento. No entanto, complicações graves são possíveis, principalmente quando feitos em pacientes de serviços especializados, com múltiplas comorbidades e médicos em treinamento.