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Vol. 38. Issue S1.
Pages 112 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 112 (October 2018)
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DIAGNÓSTICO PÓS‐OPERATÓRIO INESPERADO DE MELANOMA POLIPOIDE ANORRETAL. RELATO DE CASO E REVISÃO SIMPLES DA LITERATURA
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Guilherme Maraucci Ribeiro de Mendonça, Paula Faria Henriques, Alfredo Fernando Vecchiatti Pommella, Katia Ferreira Guenaga
Santa Casa de Misericórdia de Santos, Santos, SP, Brasil
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Introdução: Em razão da raridade e sintomas inespecíficos, o diagnóstico do melanoma anorretal pode ser errôneo e o tratamento subsequente inadequado. O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão simples da literatura no manejo dessa lesão e relato de caso.

Descrição do caso: Paciente de 63 anos, sexo feminino, com quadro de hematoquezia e tumor que exterioriza às evacuações há cerca de 02 meses, com aumento progressivo do tamanho nas últimas semanas; não relacionada à dor local, ou outras queixas associadas. Ao exame físico observa‐se lesão endurecida, indolor ao toque, mas promovendo grande desconforto à paciente, com difícil redução manual. A colonoscopia revelou lesão polipoide em reto/canal anal, não passível de ressecção endoscópica e biópsia inconclusiva. Foi então submetida a avaliação sob anestesia, que permitiu exérese completa da lesão, confirmando sua consistência endurecida; observou‐se ainda uma base pediculada e localização em reto distal, justaposta ao canal anal. O procedimento foi realizado sem intercorrências, com alta da paciente no 1° dia pós‐operatório e retorno após dez dias ao ambulatório, sem queixas. O resultado do exame anatomopatológico e imuno‐histoquímica, esclareceu tratar‐se de melanoma anorretal.

Discussão: A afecção é rara, correspondendo aproximadamente 1% dos tumores nessa localização, sendo mais frequente em mulheres acima dos 50 anos; oligossintomático, em sua grande totalidade, induz a um diagnóstico tardio. Sangramento retal, tenesmo e dor podem estar presentes, mas com muita frequência são confundidos com doenças orificiais, pólipos anorretais e adenocarcinomas. Tem o comportamento mais agressivo entre os tumores anorretais, com taxa de sobrevida descrita na literatura muito variável em cinco anos e patogenia ainda pouco conhecida. Exame histológico e imuno‐histoquímica são o padrão‐ouro para o diagnóstico. Achados endoscópicos, ultrassom retal e ressonância estão indicados na avaliação inicial e estadiamento. O tratamento cirúrgico é o de escolha, mas com poucos benefícios na sobrevida em estádios avançados. Ainda há grande controvérsia em relação a melhor forma de abordagem desde a amputação abdominoperineal do reto até a ressecção local; mais recentemente, a cirurgia transanal minimamente invasiva. A terapia adjuvante se faz com quimioterápicos, biológicos e radioterapia.

Conclusão: O melanoma anorretal é uma doença rara, mas não pode ser esquecido como diagnóstico diferencial das afecções anorretais.

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Journal of Coloproctology

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