Área: Doenças Intestinais funcionais e Doença Diverticular dos cólons
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Neste trabalho relatamos o caso de um paciente com divertículo de reto associado a constipação e tenesmo.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 75 anos, foi atendido no ambulatório de Coloproctologia de um hospital terciário em Curitiba, com queixa de constipação associada a tenesmo e episódios de distensão abdominal há 6 meses. Apresentou melhora parcial dos sintomas com uso de laxativos e mudança de hábitos alimentares. Negava demais comorbidades, assim como realização de colonoscopia prévia. Ao exame físico apresentava‐se com abdome plano, flácido, indolor a palpação, sem massas palpáveis, com toque retal sem alterações. Foi optado por solicitar colonoscopia, que evidenciou 2 orifícios diverticulares de óstio largo a 10 centímetros da margem anal, sem alterações do padrão da mucosa.
Discussão: A doença diverticular dos cólons é uma condição comum na população, podendo estar presente em mais de 50% das pessoas, com acometimento principalmente do colón sigmoide. Diferente dos divertículos dos cólons, os divertículos retais são considerados uma condição rara, com prevalência de 0,08% na população geral. Acomete mais pacientes do sexo masculino (3:1), entre 55 e 85 anos de idade. Estes divertículos são divertículos verdadeiros, ou seja, englobam todas as camadas da parede retal, possuem óstio grande e geralmente se manifestam nas paredes laterais do reto, devido a menor resistência das camadas musculares. Geralmente são únicos, e podem se associar a constipação, obesidade e impactação fecal, podendo se manifestar com diverticulite, infecção, ulceração, perfuração, fístula e prolapso anal. Porém, na maioria das vezes os divertículos de reto são assintomáticos, não necessitando de intervenção cirúrgica, esta ficando reservada para casos com sintomas importantes ou complicações.
Conclusão: Os divertículos retais são raros e geralmente assintomáticos, no entanto devemos ter conhecimento dessa condição assim como de seus sintomas e possíveis complicações. Ainda deve‐se considerar como diagnóstico diferencial constipação intestinal.