Área Doenças Inflamatórias Intestinais
Categoria Relatos de caso
Forma de Apresentação Pôster
Objetivo(s) Este trabalho tem o objetivo de relatar caso de paciente com Doença de Crohn grave, que em vigência do aumento de atividade da doença, desenvolveu IAM com parada cardiovascular. Questiona‐se a influência da DII em atividade na gênese do evento cardiovascular.
Descrição do caso Masculino, 33 anos, com Doença de Crohn há 15 anos, ex‐tabagista e com história familiar de IAM. Inicialmente tratado em outro serviço com sulfassalazina e prednisona, evoluiu com estenose retal há 10 anos sem intervenção. Há 1 ano apresentou IAM e tratado com com antiagregantes plaquetários e angioplastia com “stent”. Durante internação constatou‐se que há 20 dias apresentava 12 evacuações líquidas ao dia associadas à importante dermatite perianal e fístula anorretal. Foi iniciada corticoterapia endovenosa associada a antibióticos, porém evoluiu com sangramento retal, dor e distensão abdominal. Introduzido anti‐TNF alfa associado ao corticoide (em desmame), com remissão da atividade grave e cicatrização da fístula. Até o momento aguarda liberação da cardiologia para realização de exames e ou procedimentos invasivos.
Discussão e Conclusão(ões) O infarto agudo do miocárdio (IAM) tipo 2 está relacionado a condições de inflamação sistêmica persistente, como ocorre nas doenças inflamatórias intestinais (DII). Existem porém, dados conflitantes em relação ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e IAM em pacientes com DII. Estudos conseguiram demonstrar uma associação estatisticamente significante entre DII e IAM, porém quando há exclusão de outros fatores de risco cardíacos, esta associação não se mostra evidente. Satimai Aniwan e col., em um estudo de coorte randomizado envolvendo 736 paciente de 1980 a 2010 e após ajustes metodológicos para os principais fatores de risco para IAM demonstraram que as DII se associavam independentemente com risco aumentado de IAM e falência cardíaca. E o risco relativo de IAM estava significantemente elevado em pacientes com Doença de Crohn. Por outro lado, Barnes e col. utilizando a base de dados norte‐americana “Natiowide Inpatient Sample” identificaram 567.438 hospitalizações em pacientes com DII e notaram que estes pacientes eram menos propensos de serem hospitalizados por IAM comparados a população geral. Em nosso caso, o paciente que já possuía fatores de risco para IAM pode ter precipitado o evento em função de um aumento da atividade da DII.