Área: Doenças Anorretais Benignas
Categoria: Estudo clínico não randomizado
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): O objetivo é avaliar o tratamento clínico e cirúrgico de pacientes com Doença de Crohn (DC) perineal atendidos em serviço público municipal da grande São Paulo, no período de 3 anos.
Método: Estudo tipo coorte retrospectiva. Foram compilados dados pessoais, tratamento clínico e abordagens cirúrgicas de 10 pacientes com Doença de Crohn perineal entre janeiro de 2014 a dezembro de 2017.
Resultados: Dentre os 10 pacientes, 5 apresentavam diagnóstico de fístula anorretal (FAR), um abscesso perianal, uma fístula reto‐vaginal, 2 estenoses de canal anal e um com plicomas anais. A média de idade foi de 36,8 anos e houve predominância do sexo feminino (60% dos casos). Dentre os pacientes com FAR, 5 utilizavam imunobiológicos no momento da primeira abordagem e um utilizava azatioprina (AZA). Dentre os que faziam uso de anti‐TNF alfa, a média de abordagens foi de 2,2 e o paciente em uso de AZA necessitou de 5 abordagens. Quanto aos pacientes com estenose anal, fístula retovaginal e plicoma anal, todos utilizavam anti TNF alfa e a média de abordagens foi respectivamente de 2 abordagens.
Conclusão(ões): As manifestações perineais na Doença de Crohn (DC) são muito debilitantes e fonte de muita morbidade. São muito frequentes, podendo ocorrer em 20 a 80% dos casos, sendo geralmente associadas a lesões do cólon e reto, e com menos frequência às lesões proximais. Dentre elas, as fístulas perineais são as mais comuns, com uma incidência que varia entre 23 a 38%. Outras manifestações incluem abscessos, plicomas, fissuras, doença hemorroidária, estenoses e carcinoma. O tratamento clínico medicamentoso e cirúrgico combinado é a abordagem mais efetiva da doença perineal e a maioria dos estudos recentes advogam que a melhor opção para tratamento clínico das fístulas perianais é através do uso de agentes anti‐TNF alfa. O tratamento cirúrgico deve ser conservador devido ao risco de evolução com incontinência fecal. O tratamento cirúrgico associado aos imunobiológicos é a abordagem preferencial para manifestações perineais. Tais estudos não quantificam o número de abordagens, pois estas são geralmente em número necessários para controle da doença perineal, preconizando abordagens mais comedidas com menor ressecção de tecido e visando controle de focos infecciosos. Um estudo com uma amostra maior e seguimento mais prolongado se faz necessário para a reprodução de resultados observados nos demais estudos.