Objetivo: Avaliar efeito clínico da dosagem de calprotectina fecal em paciente com doença de Crohn (DC), em um ambulatório de doença inflamatória intestinal (DII), em Belo Horizonte.
Método: Estudo unicêntrico, analítico e retrospectivo, que avaliou 22 casos de DC submetidos à avaliação do nível de calprotectina fecal.
Resultados: Dentre os paciente selecionados, 13 (59%) eram do sexo feminino e nove do masculino (41%). A média foi de 42 anos (25‐78 anos). Dos exames, 50% foram solicitados para avaliar o controle terapêutico, 31,8% para avaliar atividade em assintomáticos e 18,2% para avaliar atividade em sintomáticos. Em apenas dois pacientes o resultado da calprotectina não gerou alterações na conduta. Em cinco pacientes ele foi usado para alterar terapêutica. Em sete levou à indicação de novos exames. A dosagem de calprotectina ainda dispensou 12 colonoscopias.
Conclusão: A calprotectina pode ser usada como adjunta aos sintomas clínicos no acompanhamento das DIIs, o torna mais barato e menos penoso. Afinal, em pacientes assintomáticos e sem elevações de calprotectina, o médico poderá abrir mão do uso de exames mais invasivos. Esse marcador fecal ainda pode ser usado para monitorar a terapêutica. Estudos atuais já demonstram a importância da calprotectina na avaliação do efeito e ajuste de dose de biológicos. Hoje existem estudos que permitem a alteração de doses terepêutica apenas com o uso de calprotectina, apesar de esses ainda serem pequenos e com nível de evidência baixo para serem aplicados em nível clínico. Os dados apresentados nessa pesquisa corroboram os achados da literatura, uma vez que a dosagem de calprotectina conseguiu economizar na feitura de exames, ajudar no ajuste de dose terapêutica e a definir o melhor momento para a extensão da propedêutica.