Introdução: Estima‐se que a incontinência anal é proporcionalmente maior em mulheres idosas, afeta uma em cada cinco da população acima dos 65 anos, pode ser considerado um problema de saúde pública. O tratamento pode ser conservador, medicamentoso ou cirúrgico. Dentre os tratamentos conservadores destaca‐se a fisioterapia, que, através de diversos recursos, tem possibilitado melhoria dos sintomas desses pacientes.
Objetivos: Verificar a eficácia da fisioterapia no tratamento de incontinência anal.
Métodos: Trata‐se dos dados preliminares de um estudo prospectivo. A amostra foi composta por pacientes encaminhados ao ambulatório de fisioterapia do Departamento de Fisiologia Anorretal do HC‐FM‐USP de junho/2015 a janeiro/2016. Durante as sessões de fisioterapia os pacientes faziam eletroestimulação do assoalho pélvico, biofeedback em diferentes posturas, cinesioterapia dos músculos do assoalho pélvico, exercícios posturais e recebiam orientação quanto ao posicionamento correto para evacuar. Os pacientes responderam a um questionário com informações pessoais, dados socioeconômicos e sobre sua condição fecal e em seguida tiveram a severidade da incontinência mensurada antes e depois do tratamento através do índice de incontinência fecal de Cleveland Clinic Florida (II‐CCF).
Resultados: Foram atendidos 23 pacientes, 21 (91,3%) do sexo feminino. A média foi de 63,6 (± 12,0) anos. Os pacientes foram submetidos a uma média de 15,4 sessões de fisioterapia durante esse período. Na análise do II‐CCF antes do tratamento a média foi de 12,7 (± 4,4) e após o tratamento foi de 5,6 (± 4,5). A população estudada apresentou em média ganho de 43,9% da continência anal perfeita, de acordo com os resultados iniciais e finais relacionados à gravidade da incontinência.
Conclusões: A fisioterapia do assoalho pélvico em pacientes incontinentes mostrou‐se efetiva e imprescindível, uma vez que favorece a melhoria da disfunção em período aceitável, reduzi a necessidade de abordagens de maior porte, como as cirúrgicas.