Introdução: A terapia neoadjuvante é empregada em portadores de adenocarcinoma de reto extraperitoneal localmente avançado, com resposta variável. O papel do PET‐CT para avaliação dessa resposta ainda não está totalmente estabelecido.
Objetivo: Avaliar a utilidade do PET‐CT para prever a resposta histopatológica à terapia neoadjuvante no câncer de reto localmente avançado.
Métodos: Estudo retrospectivo com pacientes com adenocarcinoma de reto extraperitoneal submetidos ao PET‐CT antes e após‐ao tratamento neoadjuvante. Os valores de SUV pré e pós‐terapia neoadjuvante foram comparados com achados histológicos pós‐operatórios. Para avaliação do grau de regressão tumoral (RTG) foi empregada a classificação da Sociedade Brasileira de Patologia. Foram agrupadas em RTG 0 e 1 (grupo 1) e 2 e 3 (grupo 2); T0, is ou 1 (grupo1) e T 2 a 4 (grupo 2) e N0 (grupo 1) e N positivo (grupo 2). Variáveis avaliadas: CEA, SUV pré e pós.
Resultados: Foram avaliados 52 pacientes com adenocarcinoma de reto extraperitoneal, 30 (58%) do sexo masculino, com média de 61±10,4 anos. Observou‐se que em 48 pacientes houve redução significativa dos valores médios do CEA pré e pós‐neoadjuvância (23,9±9,1 vs. 13,3±9,4; p=0,007). Desses, 18 apresentavam valores de CEA ≤ 5 ng/mL pré‐neoadjuvância, passou‐se para 40 pacientes no pós‐neoadjuvância. A diferença dos valores de SUV pré e pós‐neoadjuvância foi significante (21,63±10,8 vs. 9,17±4,6; delta SUV 12,46; p=0,000) e observou‐se correlação do pT (pT0, pTis ou pT1 vs pT2‐4) com valores médios de SUV pós‐de 6,7 (p=0,018).
Conclusão: Delta SUV de 12,46 correspondeu a estágios pT1 ou ainda mais iniciais. Pode‐se inferir que o PET‐CT apresenta‐se como ferramenta útil na avaliação da resposta.