Introdução: Endometriose é definida por presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Estima‐se que esteja presente em 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Cerca de 10% das pacientes com esta patologia apresentam endometriose intestinal. Quando presente no intestino, as regiões mais acometidas são reto (79%), sigmoide (24%), apêndice cecal (19%), íleo terminal (2%), cólon descendente (1%) e ceco (1%).
Relato de caso: O relato de caso descrito trata‐se de uma paciente, de 48 anos, com queixa de dor em fossa ilíaca direita com irradiação para região lombar, que recorria mensalmente e melhorava com a evacuação, cujo diagnóstico de endometriose em apêndice cecal e cólon direito só foi estabelecido após estudo anatomopatológico da peça cirúrgica.
Discussão: A sintomatologia da endometriose intestinal é variável, sendo os principais sintomas são dor pélvica, alteração do hábito intestinal, sangramento nas fezes e infertilidade. O que dificulta o diagnóstico, fazendo com que seja confundida com outras patologias intestinais, como câncer colorretal. Podemos utilizar inúmeros exames de imagem para nortear o diagnóstico, como Ultrassonografia Transretal e Transvaginal (principalmente para reto e sigmoide), Ressonância Magnética, Enema Opaco e colonoscopia. No entanto, o diagnóstico definitivo é feito através de anatomopatológico, sendo o exame padrão ouro a videolaparoscopia com biópsia. O tratamento da endometriose pode ser clínico, utilizando hormonioterapia ou cirúrgico (baseado na citorredução da doença e restauração da anatomia pélvica), dependendo da extensão da doença, sintomatologia, idade e desejo de engravidar.
Conclusão: Endometriose intestinal é uma patologia com sintomatologia variável, o que dificulta o diagnóstico, sendo este, muitas vezes, obtido apenas após a cirurgia.