Introdução: O tratamento ideal do tumor de reto inclui neoadjuvância e a ressecção total do mesorreto. A derivação com ileostomia em alça após excisão do mesorreto pode ser controversa, mas é considerada parte da técnica que diminui a gravidade das complicações cirúrgicas em casos de anastomoses de maior risco, como as feitas no canal anal ou reto baixo, ou em pacientes desnutridos, reduz o impacto das consequências das fístulas de anastomoses colorretais. Apesar disso, muitos pacientes nunca foram submetidos à reversão ou apresentaram grande atraso para o fechamento.
Objetivo: Identificar a taxa de fechamento, as razões para o atraso e as complicações após a reversão.
Método: Os dados foram coletados retrospectivamente de pacientes consecutivos submetidos à excisão total do mesorreto para neoplasia de reto, de 2006 a março de 2017. Os dados relacionados ao objetivo do estudo foram colhidos.
Resultados: Foram 57 pacientes analisados, de 29 a 84 anos, média de 59, 32 homens e 27 mulheres. A reversão considerada precoce (até seis meses da cirurgia) ocorreu em apenas 13 pacientes e tardia em 35. Nove pacientes nunca foram operados para fechar a ileostomia. O tempo para reversão foi de 1,8 a 60 meses. O motivo principal para o atraso foi a adjuvância, em 20 pacientes. Fístula de anastomose ocorreu em quatro pacientes e os outros atrasaram por falta de disponibilidade de estrutura para internação e cirurgia. Dos que não fecharam a ileostomia, um mantém uma fístula e os outros oito não desejam ser submetidos ao fechamento ou perderam seguimento. Houve complicações e dois óbitos (4,1%) após a reversão.
Conclusões: Em nossa instituição, houve uma taxa de 15,8% de não reversão da ileostomia e a grande maioria foi feita após mais de seis meses da primeira cirurgia.