Objetivo: Analisar os resultados do emprego do agente de preenchimento anal Exantia® no tratamento da incontinência anal passiva, causada por defeito isolado do músculo esfíncter interno do ânus ou ausência de defeito esfincteriano e comparar com os resultados do biofeedback anal com eletroestimulação.
Material e métodos: Estudo prospectivo randomizado de 17 pacientes portadores de incontinência anal leve ou moderada, com dano isolado do músculo esfíncter anal interno, ou a evidência de incontinência anal sem a verificação de dano anatômico ao complexo esfincteriano anorretal com disfunção, ou inadequada ação do esfíncter anal interno, acompanhados no ambulatório de fisiologia colorretoanal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC‐FM‐USP).
Resultados: Foram avaliados 12 pacientes, com média de 67,2 anos, 66,7% do sexo feminino, e foi procedido o implante de agente de preenchimento anal Exantia. O índice de incontinência anal médio no pré‐operatório foi de 10,47 e aos seis meses de 6,3. Por outro lado, foram estudados cincp pacientes no grupo de biofeedback com eletroestimulação anal com média de 71,4 anos, 80% do gênero feminino. O índice de incontinência anal no pré‐tratamento foi de 11,8 e aos seis meses de 10,3. No grupo do implante do agente de preenchimento anal a melhoria da qualidade de vida em pelo menos 50% foi de 80% dos pacientes e no subgrupo tratado com biofeedback foi de 60%. Ao se compararem os grupos com cinco pacientes em cada, verificou‐se uma média de índice de incontinência anal semelhante entre eles (p=0,486) e uma melhoria aos seis meses estatisticamente superior no grupo tratado com o Exantia (p=0,001), com um incremento na qualidade de vida semelhante entre eles (p=0,167).
Conclusão: Verifica‐se uma melhoria do índice de incontinência anal mais significativa nos pacientes submetidos ao tratamento com agente de preenchimento em comparação com os demais.