Introdução: A ressecção anterior do reto (RAR), com excisão total do mesorreto (ETM) e anastomose colorretal baixa ou coloanal, é o tratamento padrão para o câncer do reto médio e inferior. Os pacientes submetidos a anastomoses baixas com preservação do esfíncter podem evoluir com síndrome da ressecção anterior do reto (Low Anterior Resection Syndrome [LARS]). Apresentam sintomas como defecação frequente em pequenos volumes, urgência evacuatória e incontinência anal.
Objetivo: Avaliar o impacto da irrigação transanal na QV de pacientes LARS.
Método: A população estudada é constituída por pacientes com diagnóstico de câncer de reto operados pelo grupo de coloproctologia e intestino delgado de um hospital universitário. Foram cadastrados pacientes submetidos à RAR sem estoma ou que já reconstruíram o trânsito intestinal, classificados após aplicação do questionário LARS em níveis leve (0 a 20), moderado (21 a 29) e grave (30 a 42). Os pacientes classificados como LARS grave, com mais de seis meses de fechamento do estoma, foram tratados com IT. O treinamento foi feito em três dias consecutivos por uma estomaterapeuta. Após o treinamento foram agendados retornos com um, três, seis e 12 meses.
Resultados: Estão em acompanhamento 21 pacientes. Desses, 76,19% apresentam LARS 0 após o uso da IT; 9,52% passaram de LARS grave para LARS moderado e 14,28% abandonaram o procedimento.
Conclusão: Um número de pacientes expressivo apresentou reversão total do quadro de incontinência, evidenciou o impacto positivo na QV desses pacientes com o uso da IT. O estudo continua em andamento tendo em vista o impacto social dos resultados.