Introdução: A anatomia da pélvis continua sendo um desafio para o cirurgião, sendo ocupada por órgãos do trato intestinal, urológico, ginecológico, vascular e estruturas neurais confinadas em um espaço ósteo‐muscular. Dessa forma, o conhecimento detalhado da anatomia dessa região tem implicações clínicas e cirúrgicas de capital importância em diversas especialidades médicas.
Objetivo: Avaliar através de retossigmoidoscopia rígida se há correlação entre a mensuração da altura da segunda válvula retal e a deflexão peritoneal durante procedimento cirúrgico.
Materiais e Métodos: Avaliaram‐se, de forma prospectiva, portadores de neoplasia colorretal no serviço de coloproctologia do departamento de cirurgia geral do Hospital Santa Marcelina submetidos à cirurgia colorretal abdominal, de tal forma que durante o procedimento cirúrgico mensurou‐se, através do emprego da retossigmoidoscopia rígida, a altura da segunda válvula retal e da deflexão peritoneal.
Resultados: Foram avaliados 38 pacientes em um período de quatro meses operados pelo serviço de coloproctologia com média de idade de 55,5 anos (30‐84 anos).
Ao se comparar a altura da deflexão peritoneal com a 2° válvula retal mensuradas pelo aparelho de retossigmoidoscopia com a cavidade abdominal íntegra e após a laparotomia, verificou‐se uma concordância substancial com índice de Kappa de 0,66
Quando se analisou a altura da deflexão peritoneal, observou‐se ser mais baixa em pacientes com IMC superior a 25Kg/m2 em ambos os sexos, sendo nos homens o impacto estatístico superior com relação às mulheres (p<0,005×0,013, respectivamente). Além disso, verificou‐se que mulheres com mais de dois partos também apresentam uma deflexão peritoneal mais caudal que aquelas com menos de dois partos (p = 0,009).
Conclusão: Através do presente estudo pode‐se concluir que há uma concordância substancial entre a altura da deflexão peritoneal e da 2° válvula retal e que, além disso, a deflexão peritoneal é mais baixa em pessoas com sobrepeso e mulheres com mais de dois partos vaginais.