Introdução: Quando se trata de lesões neoplásicas, o estadiamento correto é indispensável, visa à escolha terapêutica adequada. Nos casos de tratamento neoadjuvante, o reestadiamento pós‐regressão completa continua a ser um desafio para protocolos de watch and wait no sentido de não submeter esses pacientes a cirurgia imediata. O US 3D é uma ferramenta que pode ser usada com esse objetivo.
Objetivo: Demonstrar a uso da ultrassonografia endorretal 3D no estadiamento pós‐ neoadjuvância em pacientes com tumores de reto que obtiveram regressão clínica completa.
Material e métodos: Estudo prospectivo, feito entre maio de 2012 e junho de 2017 com sete pacientes portadores de tumor de reto, quatro homens e três mulheres, submetidos a tratamento neoadjuvante com quimioterapia e radioterapia e que obtiveram regressão clínica e endoscópica completa. Cada indivíduo foi submetido à avaliação com USG 3D endorretal com exames seriados bimensais, além de avaliação endoscópica.
Resultados: Cinco indivíduos apresentaram manutenção da regressão completa e dois apresentaram recidiva da lesão de reto ao exame ultrassonográfico. Devido às alterações locais causadas pela radioterapia, torna‐se difícil a distinção entre áreas de lesão tumoral e áreas de reação desmoplásica e fibrose residual após o tratamento radioterápico, inclusive a ressonância nuclear magnética. O controle ultrassonográfico seriado das lesões é importante para que haja a observação das áreas hipoecogênicas residuais e da diminuição progressiva delas e a localização em relação aos músculos esfincterianos. No entanto, enfatizam as vantagens da visão espacial e a facilidade de entendimento do exame.
Conclusão: Conclui‐se, portanto, que o USG tridimensional permite estudo e estadiamento dos tumores retais, assim como o acompanhamento evolutivo dessas lesões após tratamento neoadjuvante, é uma ferramenta a ser considerada na avaliação pós‐neoadjuvância para tumores de reto.