Introdução: A preparação intestinal para colonoscopia é considerada um fator crucial, intimamente relacionado com a qualidade do procedimento. Para isso, são usados vários agentes e técnicas de limpeza colônica. A explosão colônica durante colonoscopia, embora rara, é uma complicação temida, relacionada ao acúmulo de gás colônico em concentrações explosivas durante o preparo intestinal.
Descrição: Paciente do sexo masculino, 67 anos, encaminhado para a feitura de colonoscopia com polipectomia por achado de pólipo em reto em colonoscopia prévia. Orientado a fazer o preparo para o exame com o protocolo de rotina do serviço – manitol 20%, 500mL via oral no dia anterior ao exame e 500mL na manhã do exame. Durante exame, cólon com preparo inadequado (presença de resíduos fecais), foi identificado pólipo em reto a 10cm do bordo anal. Foi feita polipectomia em alça quando ocorreu explosão do cólon e o colonoscópio foi expulso do reto. Paciente manteve‐se estável, foi levado ao centro cirúrgico imediatamente e feita videolaparoscopia com identificação das perfurações, seguida de retossigmoidectomia, com ressecção de pólipo com margens livres. Paciente com boa evolução após cirurgia, mantém seguimento no serviço.
Discussão: Vários fatores somados culminam na fatalidade da explosão colônica durante colonoscopia. Dentre eles, pode‐se citar a má preparação do cólon antes do procedimento. Outro fator é a existência dos gases hidrogênio e metano em concentrações explosivas, 4% e 5% respectivamente. Esses gases são produzidos pelas bactérias encontradas no lúmen intestinal. Sugere‐se que a degradação bacteriana (pela E. coli) do manitol oral permite a produção de hidrogênio e metano, potencialmente explosivos.
Conclusão: A explosão de cólon durante colonoscopia é uma complicação rara e com necessidade de cirurgia de imediato. Pode ocorrer devido ao acúmulo de gases combustíveis em concentrações explosivas.