Introdução:Biofeedback é um método eficaz de tratamento para a incontinência fecal (IF) e há controvérsias sobre fatores que podem ser correlacionados com a sua eficácia.
Objetivo: Avaliar a eficácia do biofeedback (BFD) no tratamento da incontinência fecal (IF), identificar os fatores preditivos relacionados ao insucesso do tratamento.
Métodos: Todos os pacientes com IF submetidos à terapia BFD de 2012‐2016 foram identificados de forma prospectiva. Os sintomas foram avaliados com a classificação da Cleveland Clinic antes e seis meses após a conclusão da terapia. A resposta clínica ao tratamento com BFD foi avaliada de acordo com a percentagem de resposta ao tratamento e os pacientes foram agrupados: GI=Satisfatório (a pontuação para IF diminuiu ≥ 50%) e GII: Insatisfatório (a pontuação para IF diminuiu<50%). Sexo, idade, escore, parto vaginal prévio, número de partos vaginais, cirurgia anterior anorretal e/ou colorretal, histerectomia, menopausa, pressões anais por manometria anorretal, lesões esfinceterianas e anismus foram analisados e correlacionados com a porcentagem de resposta após o tratamento.
Resultados: Foram incluídos 136 pacientes. A pontuação mediana reduziu de 10 para 5. A pontuação para IF foi menor no GI do que no GII (8 vs. 12, p=0,00). As pacientes do GII tiveram mais parto vaginal prévio e cirurgia do que GI. A pressão média de contração sustentada foi maior no GI do que no GII. Os pacientes de GI e GII apresentaram gênero, idade, número de partos vaginais, menopausa, histerectomia, pressão média de repouso, pressão média de contração máxima comparada antes e após tratamento com BFD e evidência de lesões esfincterianas similares.
Conclusão: Fatores associados ao insucesso do tratamento incluem o escore de IF ≥ 10, parto vaginal prévio, cirurgia anorretal e/ou colorretal prévia e pressão média de sustentação reduzida.