Introdução: Uma das complicações mais comuns após a cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal é a infecção de sítio cirúrgico com taxas na literatura que variam de 0% a 41%. A técnica ideal para o fechamento da ferida do estoma após a reconstrução do trânsito intestinal tem sido debatida, descrevendo‐se o fechamento convencional (FC) e o fechamento em bolsa (FB), sendo este descrito por Banerjee e consiste no fechamento parcial da ferida, mantendo uma abertura central para drenagem que cicatrizará por segunda intenção.
Objetivo: Determinar as taxas de infecção de sítio cirúrgico, no local do estoma prévio, utilizando a técnica de fechamento da pele em bolsa após reconstrução do trânsito intestinal.
Métodos: Estudo retrospectivo realizado através de uma revisão dos prontuários de 140 pacientes que foram submetidos à reconstrução do trânsito intestinal no período de janeiro 2015 a dezembro de 2017 no Hospital Universitário Presidente Dutra com fechamento da ostomia em bolsa.
Resultados: Foram avaliados que 101 pacientes (72,1%) foram portadores de colostomia e 39 de ileostomia (27,9%), sendo que 78,3% dos pacientes foram do sexo masculino e 21,7%, do sexo feminino. A média de idade foi de 38 anos (8‐87 anos). O tempo de permanência da colostomia foi, em média, 16,8 meses(4 – 51 meses). O tempo médio de internação foi de 8,7 dias (3‐47 dias). Dentre os pacientes avaliados, observou‐se que 14 (10%) pacientes tiveram infecção de sítio cirúrgico, sendo 9 pacientes (6,4%) na ferida operatória mediana e 5 (3,6%) na ferida operatória do fechamento em bolsa da ostomia.
Conclusão: O presente estudo retrospectivo vem corroborar com a literatura, que mostra até 41%, sobre a taxa de infecção do sítio cirúrgico no local prévio do estoma utilizando a técnica do fechamento em bolsa. Considerando ser uma taxa baixa (3,6%), pode‐se inferir que essa técnica é segura para o fechamento do estoma após reconstrução do trânsito intestinal.