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Vol. 38. Issue S1.
Pages 81 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 81 (October 2018)
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FÍSTULA ÍLEOCUTÂNEA EM PACIENTES COM DOENÇA DE CRHON QUE NECESSITAM DE RECONSTRUÇÃO DO TRÂNSITO INTESTINAL
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Paulo Jose Marques de Sousa Junior, Adriano Dias Trajano, Louise Nathalie Queiroga Fontes Marques, Kassio Romulo Veras Leite, Junio Ancelmo Lopes Nogueira
Residência Médica em Cirurgia Geral, Sistema Único de Saúde da Paraíba (SUS‐PB). João Pesso, PB, Brasil
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Introdução: De uma maneira geral, as fístulas digestivas são vias de comunicação anômalas entre o tubo digestivo e outra estrutura, a qual pode ser a cavidade abdominal, uma víscera oca ou a pele. São, comumente, complicações de intervenção cirúrgica, apresentam gravidade elevada, ocasionando prolongamento de internações, alterações orgânicas e emocionais ao paciente. Este trabalho relata um caso de fístula externa íleo‐cutânea.

Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 58 anos, submetida a Laparotomia Exploratória por Abdome Agudo Obstrutivo devido a Doença de Crohn (DC), onde foi realizado enterectomia ileal de aproximadamente 40cm e ileostomia em dupla boca. Numa segunda abordagem objetivava a reconstrução do transito intestinal, todavia, não obtido sucesso devido edemas de alças, intenso processo fibrótico e formação de carapaça, compatível com resposta de processo inflamatório sugestivo de DC. Na porção distal do delgado foi realizado enterro‐entero anastomose latero‐lateral e proximal optou‐se por ostomia com dreno. Posteriormente foi observado que o conteúdo fecal estava sendo exteriorizado pelo dreno. Rapidamente evoluiu com deiscência de ferida operatória e formação de fístula íleo‐cutânea na ostomia que foi introduzido o dreno.

Discussão: As fístulas de intestino delgado podem apresentar mortalidade global de 15 a 25% e as taxas de fechamento espontâneo podem chegar a 40% a 70%. As complicações estão relacionadas com a sepse, alterações hidroeletrolíticas e à desnutrição. A maioria dos estudos mostra que até mesmo as fístulas de alto débito podem fechar espontaneamente com o tratamento conservador. O controle da sepse é passo fundamental e decisivo no tratamento de pacientes com fístulas enterro‐cutâneas pós‐operatórias. A principal causa de mortalidade nesses pacientes tem sido a infecção abdominal associada à disfunção orgânica múltipla. Estes pacientes apresentam sepse por infecção na parede abdominal, abscesso intracavitário e infecção sistêmica. A identificação e drenagem do foco infeccioso, associado ao uso de antimicrobianos aumentam a probabilidade de fechamento espontâneo da fístula e reduz os índices de mortalidade.

Conclusão: O presente caso merece destaque em função da sua complexidade e do difícil manejo clinico e cirúrgico, além do desfecho favorável, com melhora significativa do quadro clinico da paciente.

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Journal of Coloproctology

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