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Vol. 38. Issue S1.
Pages 49 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 49 (October 2018)
P182
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FÍSTULA PERIANAL EM PACIENTE COM ESQUISTOSSOMOSE
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Alex Rodrigues Moura, Aline Santos Amorim, Fabio Ramos Teixeira, Felipe Nery Santana Moura Sacramento, Jerzey Timoteo Ribeiro Santos, Ricardo Pereira Malheiros Tolentino, Ana Carolina Ribeiro Lisboa
Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU‐UFS), Aracaju, SE, Brasil
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Introdução: Conceitua‐se fístula anal como processo inflamatório ou conexão entre a superfície epitelizada do canal anal com a pele perianal. O manejo tem como base, a drenagem da infecção local, com a erradicação do trajeto fistuloso e a preservação do esfíncter.

Descrição do caso: Paciente J.A.G., masculino, 68 anos, apresentando nódulo em região perianal esquerda com saída de exsudato purulento e sanguinolento, associado a incontinência fecal para fezes líquidas e perda ponderal de 10kg.

Ao exame físico: abaulamento em região perianal esquerda com exudação intermitente, presença de fístula anorretal com trajeto fistuloso anal posterior. À colonoscopia, colite intensa com úlceras e pseudomembranas em colón sigmoide, além de fístula anorretal com orifícios externos em região perianal com eliminação de pus e resíduos fecais, área de flutuação e sinais flogísticos, sendo indicado exploração cirúrgica. Realizado posicionamento de sedenho em trajeto fistuloso, com ressecção de orifícios externos com margem de 0,5cm.

Discussão: Os retornos foram planejados nas 1a, 2a, 6a, 9a e 13a semanas, tendo evolução estável, assintomático, continente para eliminação de sólidos, ferida operatória com tecido de granulação, com posterior cicatrização, e sedenho bem posicionado, sem sinais flogísticos. Ao anatomopatológico: presença de granulomas epitelióides com múltiplos ovos de Schistossoma mansoni viáveis e calcificados em trajeto de fístula e em pele adjacente. Aesquistossomose é uma patologia causada por infecção por parasitas sanguíneos, que vivem em certos tipos de caracóis de água doce. Tem como principais manifestações: a dor abdominal crônica ou intermitente, anorexia e diarréia. Em casos graves, ulceração crônica do cólon.Iniciado tratamento com oxamniquina 250mg, dose equivalente 15mg/kg. Ajuste do sedenho a partir do 90° DPO, seguindo ajustes quinzenais a fim de superficializar o orifício interno e realizar isquemia do esfíncter, até o 121° DPO quando o sedenho saiu espontaneamente. Exame parasitológico de fezes, com amostras negativas. Retossigmoidoscopia realizada em junho de 2018: exame proctológico com ausência de fístulas, ferida operatória cicatrizada e exame com presença de angiectasias em região de reto.

Conclusão: Ainda não há evidências científicas de relação causal entre a infecção parasitária pelo Schistossoma mansoni e o evento, fístula anal, apesar de ser extremamente possível. Porém, subsiste também a hipótese de afecções síncronas.

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Journal of Coloproctology

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