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Vol. 37. Issue S1.
Pages 61 (October 2017)
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Pages 61 (October 2017)
V3‐29
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FÍSTULA RETOVAGINAL: DA COLOSTOMIA AO AVANÇO DE RETALHO DE MARTIUS
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Annata Teixeira Della Costa, Jean Carlo Barbosa, Gabriel Felipe de Lima Delfino, André Pereira Westphalen, Raphael Flavio Fachini Cipriani, Geanine Baggio Fracaro, Allan Cezar Faria Araujo
Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), Cascavel, PR, Brasil
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Introdução: As fístulas retovaginais (FRV) constituem grande desafio para o cirurgião colorretal. Definidas como uma comunicação anormal entre o trato gastrointestinal baixo e a vagina, na maioria das vezes resultam de trauma obstétrico ou cirurgia ginecológica/perineal. Trauma, doença inflamatória intestinal, radioterapia e neoplasias estão entre causas menos comuns. O tratamento é eminentemente cirúrgico e diversas técnicas podem ser usadas. A cirurgia de Martius (CM), desenvolvida no século XX na Alemanha por Henrich Martius, originalmente era usada para tratamento de incontinência urinária feminina causada por estresse. Foi adaptada no decorrer dos anos e usada para o reparo de diversas desordens pélvicas, demonstrou bons resultados no tratamento das FRV recidivantes.

Descrição:V.M., 46 anos, admitida na Emergência no 30° dia de pós‐operatório de perineoplastia posterior, queixava‐se de saída de conteúdo fecaloide via vaginal. Ao exame especular, visualizou‐se comunicação retovaginal, 5cm proximal ao introito vaginal, associada a processo inflamatório, foi indicada a sigmoidostomia em alça. No sétimo mês de seguimento houve aparente cicatrização completa da FRV e fez‐se a decolostomia. Na semana seguinte apresentou recidiva da fístula que exigiu nova sigmoidostomia. Nos quatro meses seguintes foram feitas duas correções com retalho mucoso do reto sem sucesso. Devido ao quadro de fístula retovaginal recidivante, optou‐se pela CM para correção. Fixou‐se o músculo bulbocavernoso com pedículo viável e bem vascularizado na parede posterior da vagina que cobria o orifício fistuloso prévio.

Discussão: As FRV são patologias de difícil manejo e a literatura atual é limitada em relação ao manejo. A CM é recomendada para correção de FRV recidivantes, estudos demonstram taxas de sucesso de 50‐100% e com poucas complicações pós‐operatórias, é uma boa opção para FRV localizadas em reto médio ou baixo.

Conclusão: No presente caso a CM foi feita segundo a técnica descrita na literatura. A paciente encontra‐se no 60ª dia de pós‐operatório sem sinais de recidiva de fístula.

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Journal of Coloproctology

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