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Vol. 38. Issue S1.
Pages 11 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 11 (October 2018)
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GASTROPARESIA POR INFILTRAÇÃO MALIGNA DO NERVO VAGO: RELATO DE CASO
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Adriana Brianez, Camilla Ferreira Magalhães, Aline Nunes Amaro, João Antonio Feriani Nunes, Miguel Cerutti Franciscatto, Thais Andreotti, Marcelo Maia Caixeta de Melo
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil
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Introdução: Gastroparesia é definida como atraso no esvaziamento gástrico e ausência documentadade obstrução desse órgão. A patogênese está associada a perda de células intersticiais de Cajal, neuropatia e miopatia. Causas raras, comoinfiltração maligna do nervo também podem ocorrer. Essa multiplicidade de mecanismos patogênicos explica adificuldade diagnóstica e aimportância do tratamento adequado.

Relato do caso: Paciente masculino, 63 anos, branco, com antecedente de retossigmoidectomia e terapia adjuvante no ano de 2016, por adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado e invasivo de cólon sigmóide ECIIIB (pT3 pN1 M0). Há 06 meses iniciou quadro de dor epigástrica, náuseas e vômitos que pioravam após alimentação. Nesse período, houve perda de peso de nove quilos. Foi submetido a endoscopia digestiva alta que apontou estase gástrica alimentar. Também foi realizada tomografia de abdome total que constatou recidiva linfonodal em cadeias ganglionares peri‐hepática, peri‐pancreáticas, interaortocavais e periaórtica. Diante desse quadro, estabeleceu‐se o diagnóstico de gastroparesia por recidiva linfonodal com infiltração do nervo vago. O tratamento instituído baseou‐se no uso de antieméticos, procinéticos, dieta fracionada e quimioterapia paliativa. Após a quimioterapia, houve redução da massa linfonodal e remissão da gastroparesia.

Discussão: A gastroparesia é caracterizada por náuseas, vômitos, saciedade precoce e dor abdominal. Considera‐se padrão‐ouro para o diagnóstico a cintilografia gástrica em fase sólida. As causas freqüentes de gastroparesia são: idiopática, diabética e pós‐cirúrgica. Doença paraneoplásica, parkinsonismo, esclerodermia, isquemia mesentérica e infiltração do nervo vago por neoplasia maligna são etiologias raras. O manejo é realizado com antieméticos, procinéticos, agonistas de receptores de motilina, dieta fracionada, dieta via sonda nasoenteral ou parenteral se não tolerado via oral. A metoclopramida é o único procinético aprovado pela FDA (EUA) para o tratamento da gastroparesia. As diretrizes clínicas do American Journal of Gastroenterology recomendam rastreamento para diabetes, disfunção tireoidiana, doença neurológica e desordens autoimunes como possíveis causas de gastroparesia.

Conclusão: Gastroparesia por infiltração maligna do nervo vago é incomum. O tratamento baseia‐se em dieta fracionada, procinéticos, antieméticos e quimioterapia para a neoplasia.

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Journal of Coloproctology

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