Introdução: Os hamartomas císticos são tumores provenientes de vestígios embrionários caudais, em geral multiloculados, de parede delgada, internamente de coloração amarelada, preenchidos por secreção espessa, mucoide e clara, até um fluido amarelo esverdeado. São revestidos por uma variedade de epitélios, mas a presença de epitélio colunar ou de transição é necessária para distingui‐los dos cistos dermoide e epidermoide.
Relato de caso: Paciente E.N.L., 34 anos, veio em consulta na proctologia, com queixa de dor e abaulamento em região sacral, que piorava ao sentar‐se, e esses sintomas pioram nos últimos três meses. Fez TC e RNM de abdome e pelve, que evidenciaram uma volumosa formação cística em fossa isquiorretal, multiloculada, deslocava e abaulava o complexo elevador do ânus, da próstata e vesícula seminal, media 14,5 x 5cm em seus maiores eixos. Colonoscopia sem alterações. Submetido a procedimento cirúrgico em abril de 2016, por via retroretal, porém sem a necessidade de sacrectomia. Resultado da patologia: formação cística com superfície interna revestida por faixa de epitélio plano estratificado com espessura irregular ao lado de áreas revestidas por epitélio colunar. Externamente havia tecido conjuntivo com vasos congestos e focos hemorrágicos. Adjacentes havia tecidos moles representados por tecido muscular esquelético e conjuntivo‐adiposo com vasos conceitos. Diagnóstico: hamartoma cístico retrorretal com inflamação crônica.
Discussão: Na maioria dos casos, são assintomáticos. Quando há presença de sintomas, esses são devido à compressão ou invasão de órgãos ou nervos adjacentes, como dor em região lombar ou de membros inferiores, sensação de peso no hipogástrio e constipação. Toque retal com massa palpável, esse exame é o mais efetivo e barato para identificação desses tumores.
Conclusão: O tratamento de eleição dos tumores retrorretais é a ressecção cirúrgica com margens livres, previnem‐se desse modo complicações, como a degeneração maligna, infecção e compressão nervosa.