Introdução: O condrossarcoma é uma neoplasia maligna, que acomete preferencialmente ossos longos e pelve, mais frequente após a terceira década de vida. O diagnóstico é geralmente tardio, devido ao crescimento lento e insidioso. O tratamento é a ressecção completa, que pode estar associada a complicações locais. O objetivo do presente estudo é relatar um caso de hérnia sacral após exérese de condrossarcoma do sacro.
Descrição do caso: Homem, 46 anos submetido a sacrectomia parcial (S3/S4) devido condrossarcoma do sacro. Evoluiu com recidiva em 4 nódulos intrapélvicos de partes moles e foi submetido a nova abordagem cirúrgica com ampliação de margens após 4 anos. Após a segunda cirurgia evoluiu com abaulamento da região sacral, com aumento do progressivo do volume, associado a dor local e constipação.Exame físico evidenciou herniação sacral de 25cm de diâmetro, redutível, sem sinais flogísticos. Ressonância magnética demonstrou hérnia sacral com alça intestinal se insinuando para o tecido celular subcutâneo através de falha da parede posterior, imediatamente abaixo do coto sacral. Submetido à correção cirúrgica por acesso posterior, com incisão ao nível de L5 até linha interglútea. Realizado exérese parcial do saco herniário e fechamento da falha da parede posterior com a tela semi‐absorvível.
Discussão: Herniação do retossigmoide pode acontecer após sacrectomia, com poucos relatos na literatura. O diagnóstico do condrossarcomapélvico é habitualmente assintomático e seu diagnóstico costuma ser tardio. Quanto maior o tamanho do tumor, maior a ressecção óssea e de partes moles e, portanto, maior o tamanho do defeito cirúrgico. O diagnóstico é confirmado através do exame físico e exames de imagem, que evidenciam insinuação de alças abaixo do coto sacral. O tratamento inclui correção com de tela e, se necessário, colectomia segmentar.
Conclusão: Hérnia sacral após sacrectomia é raro. Pode ser corrigido por acesso posterior e deve ser realizado por equipe experiente.