Área: Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas/Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Expor condução de caso com depreensão peroperatória de herniação entérica por cólon abaixado após retossigmoidectomia com ETM videolaparoscópica.
Descrição do caso: M.C.G.C., 66 anos. Histórico pessoal de HAS e DM insulinodependente além de neoplasia mamária prévia. Colonoscopia visibilizou LST granular homogênea semicircunferencial, de 4cm a 12cm da BA, não passível de ressecção endoscópica, classificada como adenoma tubuloviloso com displasia de baixo grau/alto grau em macrobiópsia. Estadiamento sem lesões à distância. Submetida, no dia 30/07/2018, a retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto videolaparoscópica com reconstrução primária por grampeamento e ileostomia à Brooke após localização de tatuagens endoscópicas a nível de reto médio e confirmação por colonoscopia peroperatória. Manutenção de vômitos e distensão abdominal indolor em pós‐operatório, não responsivos a manejo conservador, sem outros achados associados. TCs abdominais no 8° e 15° DPOs evidenciando dilatação enteral difusa, sem obstrução mecânica aparente e integridade anastomótica e de planos pélvicos, motivando insistência em tratamento conservador, permanentemente inefetivo. Durante laparotomia exploradora, depreendeu‐se herniação interna entre jejuno distal e brecha mesocólica de cólon abaixado com múltiplas aderências locorregionais, havendo áreas de desserosação e lesão jejunal de 3° grau à soltura, prontamente reparadas, com boa evolução pós‐operatória.
Discussão: A herniação interna pós‐ressecção colorretal é complicação rara, com prevalência estimada de 5/1000 casos. Porém com taxa de reoperação em torno de 90% e mortalidade associada de 10%. Atenta‐se para a limitação de achados imaginológicos nesta condição, em que são descritos sinais tomográficos como alças de delgado em formato de U‐ ou C‐ em localização póstero‐lateral ao cólon abaixado, mas com baixa acurácia e sensibilidade, tornando sua ausência não excludente do diagnóstico. Atualmente elenca‐se o fechamento da brecha mesocólica com clipes, cola de fibrina ou sutura videolaparoscópica com fio inabsorvível como métodos de prevenção, além de estratégias de conferência de alças de delgado e posicionamento destas medialmente ao cólon abaixado, com ou sem interposição omental.
Conclusão: Até o presente, em literatura, considera‐se não haver evidências que suportem a realização de rotina do fechamento da brecha mesocólica no abaixamento VLP, principalmente por este processo ser desafiador até para cirurgiões laparoscópicos mais experientes, gerando aumento de tempo cirúrgico e por possuir complicações correlatas, como lesões a estruturas retroperitoneais e comprometimento vascular do mesocólon, combinada a baixa prevalência. Nesta premissa insere‐se nosso serviço, em que realiza‐se conferência locorregional e posicionamento das alças enterais em topografia medial à brecha ao fim do procedimento como rotina.