Introdução: A colonoscopia como método de rastreamento é capaz de diminuir a incidência e a mortalidade relacionada ao câncer colorretal, sobretudo pela possibilidade de diagnosticar e remover pólipos, sabidamente lesões potencialmente pré‐cancerosas. Entretanto, a detecção de pólipos durante a colonoscopia pode ser falha, sobretudo nos cólons proximais.
Objetivos: Avaliar o impacto de uma reavaliação do cólon ascendente, de forma convencional, sem recursos adicionais, na identificação de pólipos no ceco e no cólon ascendente e as possíveis correlações entre o número de pólipos identificados com as características dos pacientes e com os resultados histopatológicos.
Métodos: Foram estudados 101 pacientes, submetidos a colonoscopia da forma tradicional, porém o cólon ascendente e o ceco foram avaliados duas vezes.
Resultados: Número adicional de pólipos foi encontrado após reavaliação desses segmentos. Após a segunda avaliação, o número de pacientes nos quais se encontrou pelo menos um pólipo adicional foi de 9 ou 8,9% (p=0,008). O número de pacientes que tiveram pelo menos um pólipo nas duas avaliações somadas foi de 27 (26,7%). O número de pólipos encontrados na segunda avaliação foi de 15 pólipos (23,1%). Observou‐se, portanto, aumento na detecção de pólipos após a reavaliação desse segmento, mas sem significado estatístico, resultou em ganho de desempenho endoscópico. A maioria das lesões removidas após a segunda avaliação foi adenoma.
Conclusões: O ganho de desempenho na detecção de pólipos no ceco e no cólon ascendente com a reavaliação convencional não atingiu significado estatístico no presente trabalho, porém é uma maneira simples e segura que deve ser lembrada para aumentar o rendimento diagnóstico da colonoscopia, com mínimo acréscimo de tempo, pode seu uso ser incentivado na prática clinica.