Área: Estudos Experimentais Animais em Coloproctologia
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Tema Livre (apresentação oral)
Objetivo(s): O câncer colorretal é o segundo tipo de tumor com maior índice de mortalidade no mundo. Seu tratamento baseia‐se na ressecção cirúrgica associada a antineoplásicos, que além de destruir as células tumorais, afetam também as células saudáveis, gerando danos ao funcionamento do organismo, a exemplo do Bevacizumabe, um potente quimioterápico utilizado na terapia antiangiogênica. As vasoibinas (VASH) são proteínas identificadas como novos reguladores do processo angiogênico, que atuam na proliferação de neovasos em tumores como o câncer colorretal. Os flavonoides, compostos de origem natural, possuem ampla atividade farmacológica, como efeitos antioxidantes e antiproliferativos. Esses efeitos têm surgido como alternativa no tratamento dos tumores, contudo poucos estudos abordam seu potencial antiangiogênico em modelos tumorais. Sendo assim, objetiva‐se avaliar o potencial antiangiogênico profilático e terapêutico da isoquercetina (Q3G), derivado de flavonoide, na modulação da VASH‐1 em modelo animal de adenocarcinoma de cólon humano.
Método: Para a obtenção do modelo animal, células da linhagem HT‐29 de adenocarcinoma de cólon humano foram cultivadas e implantadas em camundongos Balb/c nude por xenoenxerto heterotópico. Os animais foram distribuídos em grupos controle (não tratado); controle positivo (tratado com Bevacizumabe após o tumor atingir 100mm3); profilaxia (tratado com Q3G sete dias antes do enxerto), e terapia (tratado com Q3G após o tumor atingir 100mm3). A aferição do volume tumoral foi realizada diariamente. Os animais foram submetidos à eutanásia para ressecção tumoral e o espécime extraído foi submetido à análise histopatológica, imuno‐histoquímica de VASH‐1 e contagem de microvasos. A análise dos resultados foi realizada adotando‐se p<0,05.
Resultados: A Q3G não apresentou significância na quimioprofilaxia em comparação ao grupo controle. Na administração terapêutica, a Q3G apresentou efeito similar ao Bevacizumabe com inibição do crescimento tumoral, levando a diminuição do volume tumoral final (p<0,01), aumento da expressão de VASH‐1 (p<0,01) e diminuição da proliferação vascular (p=0,04) comparativamente ao controle. Constatou‐se relação inversamente proporcional entre o crescimento tumoral e a expressão de VASH‐1 (p=0,03).
Conclusão(ões): A administração terapêutica da isoquercetina demonstrou potencial antiangiogênico sobre o adenocarcinoma de cólon humano, levando à inibição da proliferação neovascular mediada pela VASH‐1, comparada ao Bevacizumabe.