Os leiomiossarcomas (LMS) apresentam uma similaridade histológica com o GIST, o qual representa a neoplasia mesenquimal mais comum do TGI. A imuno‐histoquímica é essencial para o diagnóstico diferencial. A incidência do LMS de reto, comparativamente com o GIST, é de 1/50 a 1/65 e é maior entre as mulheres (3 H: 7M). A idade média é de 65 anos. São tumores que se originam da muscular da mucosa ou da muscular própria, com comportamento agressivo, alto grau de recorrência local e significativa disseminação hematogênica (o fígado é o órgão mais afetado). As manifestações mais comuns são hematoquezia, massa abdominal palpável, dor anorretal e obstrução intestinal.
Relato de caso: M.H.F., 67 anos, feminino, cursava com dor retal e hematoquezia. RNM da pelve evidenciou lesão em retossigmoide, media 17 x 9,4 x 8,2cm (L X T X AP), distava 4,4cm da margem anal. Foi submetida à retossigmoidectomia à Hartmann. Histopatológico da peça cirúrgica demonstrou neoplasia maligna pouco diferenciada, composta por células fusiformes, iniciava‐se abaixo da camada muscular própria e se estendia até a serosa, infiltrava‐a; presença de 14 mitoses em 10 CGA. Margens cirúrgicas livres. Metástases para 32 dos 33 linfonodos isolados. A imuno‐histoquímica demonstrou sarcoma de células fusiformes grau III; marcadores negativos para AE1/3, desmina, S100, DOG1 e CD117. A paciente permanece em tratamento quimioterápico adjuvante.
Discussão: São importantes indicadores prognósticos após a ressecção cirúrgica dos LMS de reto: o tamanho do tumor, o grau histológico desse e a ressecção tumoral completa. A taxa de sobrevivência é de 51,6%. Preconiza‐se a dissecção linfonodal. Radioterapia e quimioterapia ainda não estão bem estabelecidos devido à falta de estudos, por conta da raridade desse tumor.
Conclusão: O tratamento cirúrgico radical, com completa ressecção tumoral, é considerado a terapia de escolha.