Introdução: Apesar de inúmeras vantagens associadas a vias de acesso minimamente invasivas, o emprego da via de acesso laparoscópica no tratamento do câncer de reto localmente avançado (CRLA) ainda apresenta dificuldades técnicas que dificultam seu amplo uso.
Objetivo: Demonstrar os passos cirúrgicos e potenciais vantagens do emprego da via de acesso robótica no manejo de paciente com CRLA e linfonodo lateral pélvico comprometido.
Método: Paciente do sexo feminino, 52 anos, diagnosticada com CR distal (6cm da borda anal) localmente avançado cT3bN2 com margem circunferencial livre, invasão vascular extramural presente e linfonodo lateral pélvico direito comprometido, foi submetida à quimiorradioterapia neoadjuvante. Reestadiamento clínico‐radiológico com oito semanas com resposta incompleta. Tratamento cirúrgico proposto de retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto (ETM) e linfadenectomia lateral pélvica (LLP) minimamente invasiva com assistência robótica.
Resultados: Demostram‐se no vídeo as vantagens do emprego da assistência robótica na dissecção pélvica durante a execução da ETM, em especial pelas pinças articuladas que facilitam a execução da LLP. Não houve complicações intra ou pós‐operatórias, a perda sanguínea estimada para todo o procedimento foi de 100mL. O exame anatomopatológico demonstrou a presença de um adenocarcinoma ypT3N2a (4/39 linfonodos no produto da retossigmoidectomia e 1/12 linfonodos no produto da linfadenectomia lateral pélvica esquerda).
Conclusão: Embora a LLP pélvica por via minimamente invasiva seja muito pouco empregada, destaca‐se o potencial da ria robótica no tratamento cirúrgico do CRLA. É possível que o treinamento de cirurgiões para a combinação da LLP com ETM com assistência robótica permita aumentar o número de pacientes com CR que se beneficiem das vantagens associadas a uma abordagem minimamente invasiva, já que a via laparoscópica nesse cenário não parece ainda ser usada de forma rotineira.