Introdução: O acometimento linfonodal lateral pélvico no câncer de reto é considerado como doença regional quando acomete a cadeia ilíaca interna, quando acomete outra região pélvica lateral existe a controversa se a metástase seria considerada como locorregional ou à distância. Outra discussão é se o procedimento diminuiria a recorrência local e teria impacto na sobrevida.
Objetivo: Demonstrar a técnica de linfadenectomia lateral pélvica direita em um caso de neoplasia de reto baixo submetido à amputação abdominoperineal de reto pós QRDT neoadjuvante.
Método: A.J.M. 56 anos, com queixa de hematoquezia, puxo e tenesmo e perda ponderal. TR com lesão tocável e extensa desde 4,0cm da borda, circunferencial. RNM demonstra lesão a 4,5cm da BA que se estende‐se por 10cm. A lesão estende‐se além da camada muscular própria destacando‐se extensão extramural de 22mm. Sinais de infiltração do músculo elevador do ânus à esquerda. Extensão ao esfíncter externo: plano interesfincteriano em risco. Linfonodos presentes, com sinal heterogêneo/bordas irregulares, compatíveis com acometimento neoplásico, em número de 3. Destacam‐se linfonodos laterais pélvicos malignos, com sinal heterogêneo na cadeia obturatória direita. Estadiamento: rm T4 visceral N1. Fáscia mesorretal comprometida. Invasão vascular extramural positiva. Linfonodos laterais pélvicos malignos à direita. TC TAP sem doença à distância. Realizou QRDT neoadjuvante e reestadiou após 8 semanas com RNM. TRG4. Distando 4,5cm da borda anal e a margem distal encontra‐se no plano do anel anorretal. Estende‐se por 7,0cm e encontra‐se abaixo da reflexão peritoneal. Há extensão da lesão que infiltra a musculatura elevadora do ânus à esquerda. Estadiamento: yrm T 4N0. Fáscia mesorretal comprometida. Invasão vascular extramural positiva. Não se observam linfonodos laterais pélvicos acometidos. Paciente submetido à amputação abdominoperineal de reto com reconstrução em gluteal fold bilateral e linfadectomia lateral pélvica direita. AP: Ausência de metástase em 0/12 linfonodos.
Resultado: Paciente evoluiu bem com alta no 10° PO, FO perineal em bom aspecto e colostomia funcionante, sem intercorrências na internação.
Conclusão: A linfadenectomia lateral pélvica ou o tratamento com quimiorradioterapia parece conferir benefícios em reduzir a recorrência local, mas ainda não se provou significativa em melhorar a sobrevida do paciente.