Área: Doenças malignas e pré‐malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): O objetivo desse trabalho é avaliar o linfoma com envolvimento gastrointestinal e apresentação do caso de abdome agudo obstrutivo.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 57 anos com dor abdominal vaga há 1 ano em epigástrio, perda ponderal progressiva e evolução para diarreia, além de plenitude pós prandial com dor em fossa ilíaca direita e massa palpável e, há 7 dias com parada de eliminação de flatos e fezes quando deu entrada no pronto‐socorro. Realizou tomografias que demonstravam a espessamento parietal concêntrico de alças intestinais de cólon ascendente e ceco, sugerindo processo infiltrativo colônico. Colonoscopia progrediu até o cólon ascendente devido a lesão úlcero‐vegetante estenosante, endurecida e friável, intransponível ao aparelho. Submetido a hemicolectomia direita com achado cirúrgico de tumoração envolvendo ceco e ileo terminal com anátomo‐patológico (AP) de Linfoma não‐Hodgkin (LNH) de intestino delgado de grandes células perfurado para cólon.
Discussão e Conclusão(ões): Os tumores de intestino delgado correspondem a cerca de 9% de todos as neoplasias do trato gastrointestinal e aproximadamente 3% são linfomas do intestino delgado, sendo que somente 2% se caracterizam por LNH acometendo íleo ou ceco. Na maioria dos estudos relatados cerca de 80% dos pacientes com acometimento desta região apresentam dor abdominal como principal sintoma, seguido de perda de apetite e constipação, porém, como no caso relatado, a obstrução que evoluiu para perfuração acontece em menos de 1% dos pacientes com linfomas do TGI. O local mais comum de perfuração é o estômago em 9% dos pacientes com linfoma, sendo que os casos podem ocorrer espontaneamente ou após quimioterapia (QT). O tratamento com quimioterapia sistêmica e a intervenção cirúrgica deverá ser avaliada de acordo com o estádio e as complicações apresentadas. Para o LNH intestinal de estádio I ou II, a ressecção cirúrgica com quimioterapia pós‐operatória parece ser preferida, com taxa de sobrevida de 5 anos de 50% a 67%. Em casos mais avançados, o tratamento ideal é menos claro pela literatura. No caso relatado, o paciente se apresentava em vigência de abdome agudo obstrutivo, diagnosticado no intraoperatório com perfuração de delgado bloqueado em cólon direito submetido a ressecção oncológica. No pós‐operatório realizou QT com esquema R‐CHOP.