Área: Doenças malignas e pré‐malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Relatar um caso de linfoma retal primário em paciente portador do vírus HIV Comentar acerca da abordagem terapêutica utilizada
Descrição do caso: Em março de 2014, R.N.D.S., 49 anos, sexo masculino, HIV‐positivo, foi admitido no serviço médico com quadro de sangramento retal, constipação e massa na região perianal. O paciente se apresentou com uma extensa lesão exposta, de bordas irregulares na região anal e um aumento na região cranioencefálica. Fez TC abdominopélvica, que identificou uma lesão expansiva e infiltrativa com grande componente exofítico. Medidas lesionais: 11,3 x 10 x 11cm (AP x L x TR), envolvendo a parede posterior do reto baixo, o canal anal e partes moles adjacentes ao sulco interglúteo (fossas isquiarretais direitas e esquerda) compatíveis com neoplasia. Linfonodos inguinais bilaterais com dimensões normais, porém aumentados em número. Próstata e sigmoide preservados. A TC de crânio evidenciou a presença de uma lesão expansiva e infiltrativa de medidas: 6,8 x 10,2 x 9,7cm (L x AP x TR) acometendo partes moles, calota craniana e lobos frontal, parietal e foice cerebral à esquerda, com pequena extensão contralateral, sendo o aspecto compatível com neoplasia por implante hematogênico secundário. A radiografia evidenciou a presença de espondilose torácica. O resultado imuno‐histoquímico e anatomopatológico evidenciou um Linfoma de células T de alto grau, composto por células linfoides médias e grandes de um Linfoma não‐Hodgkin. Paciente portador do vírus HIV e em HAART foi submetido ao tratamento quimioterápico em oito sessões, no esquema CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) e apresentou significativa redução da massa tumoral nas duas primeiras sessões.
Discussão e Conclusão(ões): O linfoma retal primário é uma apresentação de linfoma não‐Hodgkin muito rara na população geral (0,1% a 0,5% de todos os tumores malignos de cólon e reto). O paciente geralmente procura quando percebe sintomas como sangramento retal e alterações no padrão de defecação, semelhante ao carcinoma retal primário. Observou‐se que existe uma prevalência do LNH de alto grau em indivíduos com inflamação intestinal e imunossuprimidos, tanto pela presença do vírus HIV, como pela realização de transplante. Segundo a literatura atual, a abordagem é variada e pode ser cirúrgica, bem como exclusivamente quimioterápica e radioterápica, portanto permanece incerta e requer discussão caso a caso, já que a ressecção do reto possui elevada morbidade e, geralmente, é feita em casos de pior prognóstico. Assim, o tratamento quimioterápico em paciente com linfoma não Hodgkin retal apresentou boa eficácia e não houve necessidade do tratamento cirúrgico, geralmente reservado para casos mais complicados e de falha ao tratamento clínico.