Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (DII) são multifatoriais, caracterizadas por inflamação intestinal crônica com períodos de atividade e remissão. As manifestações extra intestinais estão presentes em 20 a 40% dos pacientes e apresentam grande importância, pois podem preceder o aparecimento dos sintomas gastrintestinais e algumas lesões correlacionam‐se à atividade inflamatória da doença. As manifestações músculo esqueléticas são as mais frequentes seguido pelas lesões cutâneas. O conhecimento e a capacidade em diagnosticar alterações dermatológicas especificas das DII são importantes para o correto manejo das lesões de pele e para avaliar atividade da doença.
Objetivo: Descrever as alterações cutâneas evidenciadas em pacientes com DII.
Método: Estudo retrospectivo descritivo realizado no ambulatório de DII do serviço de coloproctologia de um hospital terciário, através da análise de questionário respondido e levantamento de dados de prontuários dos pacientes que passaram em consulta no período de fevereiro a maio de 2018.
Resultados: Foram estudados 218 pacientes com DII, 32,1% apresentaram manifestações extraintestinais (MEIs). Cinquenta e três com doença articular (75,7%); 13 com lesões dermatológicas (18,5%), 3 com lesões oftalmológicas (4,3%) e 1 com acometimento auditivo (1,5%). O pioderma gangrenoso foi o mais frequentemente encontrado (4 pacientes), seguido pela farmacodermia e eritema nodoso, com três pacientes cada. Dois pacientes apresentaram lesões com diagnóstico indefinido. Dos pacientes que tiveram lesões cutâneas, 69,2% estavam uso de terapia biológicas, sendo a mais comum o adalimumabe (46,1%), 30,7% estavam em uso de azatioprina e 15,3% de metrotexato.
Conclusão: As lesões dermatológicas foram a segunda manifestação extra intestinal mais frequente encontrada nesse estudo. Nesse contexto é recomendado o exame clínico dermatológico no manejo dos pacientes com DII.