Objetivo: Identificar os principais achados manométricos dos pacientes com queixa de dor anal.
Método: Estudo retrospectivo através da análise de laudos dos pacientes submetidos a manometria anorretal com queixa de dor anal no serviço de coloproctologia de um hospital geral de Salvador (BA) de 2008 a 2016.
Resultado: Dos 41 pacientes analisados, a média da idade foi de 52,3 anos (± 12,5) e 75,6% eram do sexo feminino e 24,4% do masculino. Todos apresentavam dor anal ou dor retal, 7,3% referiam apenas dor retal. Dentre os outros achados, 21,95% relataram fissura, 26,82% incontinência, 14,63% constipação, 14,63% hemorroidas e 2,43% fístula; 24,39% não referiram queixa além da dor anal e 9,75% tinham outras queixas além das citadas. Dos 41 pacientes, 21,95% apresentavam duas outras queixas além da dor anal. O reflexo inibitório retoanal estava presente em 97,6%; 12 (29,3%) apresentaram hipotonia, 17 (41,5%) hipertonia, 12 (29,3%) normotonia, sete (17,1%) hipocontratilidade, 11 (26,8%) hipercontratilidade e 23 (56,09%) normocontratilidade. Sinais sugestivos de anismus estavam presentes em seis e não presentes em 21 (excluídos aqueles que tinham incontinência como queixa associada). Nesses seis pacientes todos apresentavam hipertonia.
Conclusão: Grande parte dos pacientes apresentou outras queixas que podem estar associadas ao aparecimento da dor anal. Quase metade dos pacientes no nosso estudo teve como achado manométrico a hipertonia dos esfíncteres, o que está associado a patologias como anismus, fissuras, proctalgia fugaz e síndrome do levantador do ânus, o que apoia o direcionamento do diagnóstico da dor anal para essas patologias.