Área: Doenças malignas e pré‐malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria: Pesquisa básica
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): Relatar caso de melanoma anorretal em paciente do sexo feminino, 60 anos, diagnosticado no serviço de residência em coloproctologia.
Método: M.L.S.M., mulher de 60 anos procurou o serviço de coloproctologia com queixas de tumoração, com pontos de ulceração as 12 horas em região anal associado a dor, desconforto local ao evacuar, sangramento e prurido. Foi submetida a ressecção cirúrgica de tumor perianal, evidenciando em estudo anatomopatologico neoplasia maligna pouco diferenciada, epitelioide, ulcerada, pigmentada, com elevado indice mitótico e margens comprometidas, sugestivo de melanoma.
Resultados: Tendo como sítio mais comum a pele, o melanoma pode afetar outros locais como cavidade oral, nasal, fígado, baço e intestino, seja de forma primária ou secundaria. O melanoma maligno anorretal apresenta baixa incidência, sendo um tumor pouco frequente, representando 0,4%‐1,6% de todos os melanomas e 1% dos tumores do canal anal. Normalmente acomete a faixa etária entre a sexta e oitava décadas de vida. A exemplo do caso, muitas vezes, com uma sintomatologia semelhante a de outras doenças perianais, seu diagnóstico pode ser prejudicado e retardado; podendo se manifestar como a maioria das patologias anais benignas, com sangramento, prurido, secreção anal, dor anal ou dor durante a evacuação. O tempo médio de sintomas relatados na literatura varia entre 3 a 12 meses. Bem como no caso descrito, a maioria dos tumores apresenta‐se sob a forma de tumores nodulosos ou ulcerados. Em relação ao tratamento ainda é assunto controverso. Excisão local e ressecção abdominoperineal são as propostas técnicas para ressecção cirúrgica do melanoma anorretal. Existem poucos estudos na literatura comparando estas técnicas, porém, em geral, não há diferença quanto à sobrevida global. Dados na literatura sobre o efeito da radioterapia isoladamente ou em combinação com cirurgia são poucos e inconsistentes. Embora a radioterapia adjuvante não tenha resultado em melhora na sobrevida global, alguns efeitos no controle regional da doença foram demonstrados. Outras opções de terapia adjuvante incluem imunoterapia, braquiterapia e quimioterapia. A quimioterapia adjuvante não demonstrou benefício significativo na sobrevida. Em relação ao prognóstico é muito ruim, havendo uma sobrevida média de aproximadamente 20 meses, sendo a cura muito rara.
Conclusão(ões): A ocorrência dos melanomas anorretais é pouco frequente, associa‐se a um prognóstico reservado, tendo em vista a dificuldade em realizar o diagnóstico precoce, pelo fato das queixas serem semelhantes às patologias orificiais benignas.