Área: Doenças malignas e pré‐malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria: Relatos de caso
Forma de Apresentação: Pôster
Objetivo(s): O melanoma anorretal é uma neoplasia agressiva e rara, representa 0,5‐ 5% de todas as malignidades desta região. Este trabalho tem o objetivo de relatar um caso de melanoma anorretal identificado em lesão polipoide ressecada em colonoscopia e revisar a literatura sobre o assunto.
Descrição do caso: Paciente feminino, 79 anos, submetida a colonoscopia por indicação de hematoquezia. O exame foi realizado em um centro de endoscopia de um Hospital Terciário e foi identificada lesão polipoide de 20mm em canal anal. Realizada polipectomia e o estudo anatomopatológico revelou neoplasia com margens comprometidas mas não definiu o tipo histológico. A imuno‐histoquímico da biópsia demonstrou melanoma maligno (marcadores positivos: Proteina S‐100, Melan A e Antígeno gp‐100). O estadiamento não evidenciou lesões secundárias. Foi realizada ampliação de margens da lesão por cirurgia transanal, e o anatomopatológico revelou melanoma localizado na mucosa, com invasão focal da submucoasa medindo 4mm e 2mm de profundidade, com margens livres. Paciente seguiu em acompanhamento conjunto com a oncologia e coloproctologia e segue sem queixas e hábito intestinal preservado.
Discussão e Conclusão(ões): Apesar da região anorretal ser o local mais comum de melanoma primário do trato gastrointestinal, esta é responsável por apenas 0,4 ‐ 1,6% dos melanomas em geral. O desenvolvimento desta neoplasia pode ocorrer no canal anal devido a presença de uma área de transição logo abaixo da linha pectínea, com epitélio pleomórfico e instável. A faixa etária mais acometida é entre a sexta e sétima décadas de vida. A sobrevida média é de aproximadamente 20 meses e diminui na presença de metástases. Os sinais e sintomas do melanoma anorretal são parecidos com os de doenças beningas, o que retarda a procura do especialista, e dificulta o diagnóstico precoce. Neste caso relatado, a paciente foi diagnosticada em estágio inicial e não apresentava lesões metastáticas. Devido ao comprometimento de margem na polipectomia, foi realizada ampliação de margem através de cirurgia transanal, com margens livres em anatomopatológico da biópsia. A paciente mantém seguimento clínico com coloproctologia e oncologia sem sinais de recidiva nestes sete meses de pós‐operatório. O melanoma anorretal é pouco frequente e tem prognóstico reservado, considerando‐se a dificuldade de diagnóstico precoce e agressividade da neoplasia.