Introdução: O melanoma maligno anorretal (MMAR) é raro e agressivo e cursa com sangramento, abaulamento e dor anal. São nodulosos ou ulcerados. O tratamento envolve: amputação abdominoperineal do reto ou ressecção local com margens amplas (RLMA); quimioterapia; radioterapia adjuvante e imunoterapia.
Descrição dos casos: Caso 1) J.F., 78 anos, feminino, havia um ano com lesão hipercrômica a 1,5cm da margem anal em posição posterior direita e biópsia compatível com melanoma. Foram excluídos sítios de doença a distância. Optou‐se por RLMA. O histopatológico evidenciou MMAR nodular em submucosa com invasão da mucosa. Margens cirúrgicas negativas para neoplasia. Livre de doença há sete meses. Caso 2) N.S., 54 anos, feminina, com abaulamento indolor e de crescimento progressivo no ânus havia seis meses. Ao exame, massa endurecida em parede lateral esquerda do reto, friável e ocluía parcialmente a luz. À colonoscopia, pólipo pediculado de 50mm em reto com biópsia que evidenciava neoplasia maligna pouco diferenciada, ulcerada com áreas de necrose e hemorragia que comprometia mucosa e submucosa com padrão histológico de melanoma e imuno‐histoquímica com células neoplásicas com imunopositividade multifocal para os anticorpos proteína S‐100 e Melan‐A. Optou‐se pela RLMA.
Discussão: O tratamento padrão dos MMAR é controverso. A excisão local e ressecção abdominoperineal consistem no tratamento cirúrgico em casos de doença localizada, é importante analisar o prosseguimento do tratamento com terapia adjuvante em casos de doença a distância.
Conclusão: Os MMAR são agressivos e com prognóstico ruim, porém em casos de doença localizada a excisão local e a ressecção abdominoperineal podem ser efetivas.