Melanomas são tumores malignos oriundos de mutações nos melanócitos, têm como principal sítio a forma cutânea, porém podem ocorrer em outros locais: oculares, mucosais e leptomeningeal.
O melanoma primário de mucosa representa 1,4% de todos os melanomas, pode surgir em qualquer local do trato gastrointestinal, são mais comuns os anorreatais. Esses representam 16,5% de todos os melanomas mucosos e têm taxa de incidência anual de 0,4 caso por milhão. As lesões podem afetar o canal anal, o reto ou ambos. Os sintomas comuns são sangramento retal, dor, desconforto evacuatório e prolapso. Geralmente o tumor é polipoide com ou sem pigmentação e também pode ser ulcerado.
O melanoma anorretal é diagnosticado em 2/3 dos pacientes e na maiora das vezes como hemorroidas, adenocarcinoma, pólipos e câncer de reto. No momento do diagnóstico cerca de 1/3 já apresenta metástases regionais ou a distância.
Seu tratamento inicial era considerado a cirurgia de Miles. No entanto, estudos recentes mostraram que a ressecação abdomino perineal não mostrou vantagem para a sobrevivência em comparação com a ampla excisão cirúrgica local. A radioterapia pós‐operatória proporciona um melhor controle local, mas não altera a sobrevida.
Os melanomas de mucosa são raros e têm comportamentos mais agressivos e piores prognósticos quando comparados com outros subtipos. O fato de ocorrerem em locais ocultos, associado à falta de sinais iniciais e específicos, corrobora para seu diagnóstico e prognóstico ruins.
Devido a sua raridade, o conhecimento sobre sua patogênese e dos fatores de risco ainda é insuficiente e não há protocolos bem estabelecidos para estagiamento e tratamento de melanomas mucosos.
Nosso caso representa uma evolução rápida e metastática do tumor, optamos por ressecção cirúrgica excisional da lesão que englobou a área de metástase.