Objetivo: Apresentar os resultados do período de um ano no tratamento de pacientes com incontinência fecal após neuroestimulação sacral (SNS).
Método: Coleta de dados de prontuário das pacientes submetidas a implante definitivo de SNS. Avaliação de escalas de Wexner, de qualidade de vida – Fecal Incontinence Quality of Life (FIQL) no pré e pós‐operatório e diário preenchido pelas pacientes com impacto subjetivo da intervenção na qualidade de vida.
Resultados: 10 pacientes do sexo feminino foram submetidas ao implante definitivo do estimulador nervoso sacral. Idade média 67,7 anos (57 a 79 anos). Nove pacientes realizaram implante por incontinência fecal e uma paciente por bexiga hiperativa. Realizada manometria anorretal pré‐operatória em todos os casos de pacientes com incontinência fecal, assim como ultrassonografia endorretal. A paciente com bexiga hiperativa foi avaliada com urodinâmica. Todas as pacientes passaram por tratamento dietético, medicamentoso, fisioterápico e biofeedback, sem sucesso. Foram avaliados o controle da musculatura perineal e perianal, a força (escala de Oxford), a resistência (escala de Ortiz), o impacto na qualidade de vida (FIQL) e a avaliação da gravidade da incontinência (Wexner). Também foi registrado diário de perdas 15 dias antes e 15 dias após o implante. As nove pacientes com incontinência fecal apresentaram redução média de 9 pontos (4 a 13 pontos) no score de Wexner e melhora em todos os domínios do FIQL. Uma paciente queixou desconforto no local de implante do gerador.
Conclusão: A incontinência fecal é transtorno com grande impacto na qualidade de vida e com prevalência subestimada. Para pacientes que não respondem a tratamento conservador, o SNS representa opção com bons resultados a curto e longo prazo. A principal limitação a seu uso é o custo elevado.