Introdução: As lesões metastáticas no pênis são raras, geralmente associadas a tumores primários da bexiga ou próstada. Menos comumente do reto, rins, cólon e testículos.
Descrição do caso: Masculino, 72 anos,história de tumor de reto a 5cm da borda anal, com 4cm de extensão, cuja histologia evidenciou adenocarcinoma pouco diferenciado grau 1 ulcerado, em agosto de 2015. Achado de metástases hepáticas no estadiamento, à tomografia computadorizada (TC), em segmentos IV, VI e VII, a maior com 5,5cm. Realizou quimiorradioterapia neoadjuvante, conduzida pela equipe da oncologia, com 5‐Fluorouracil (5FU) e ácido folínico e 50Gy, com término em janeiro de 2016. Foi então suspenso o tratamento e em ressonância magnética (RM) evidenciada redução das lesões hepáticas e retal. Após perda de seguimento, paciente retornou em outubro de 2016, verificada piora do CEA de 8,9 para 316 e nova progressão das lesões hepáticas à RM, queixou‐se também de lesão vegetante em glande com aparecimento em maio do mesmo ano. Biopsiada lesão peniana, histologia e imunoistoquímica confirmaram metástase de adenocarcinoma do reto. Após novo atraso no seguimento, foi realizada penectomia com equipe da urologia em maio de 2017 e retossigmoidectomia em novembro de 2017. O paciente, até o momento, optou por controle quimioterápico das metástases hepáticas, negou a proposta de tratamento cirúrgico das mesmas. Atualmente em esquema com 5FU, ácido folínico e oxaliplatina (FOLFOX), com CEA de 4,04 e lesões hepáticas com 2,7cm a de maior diâmetro.
Discussão: As metástases mais comuns do câncer colorretal ocorrem em fígado, pulmão, ossos e cérebro. Extremamente raras na região peniana. A teoria mais aceita para o mecanismo de ocorrência é fluxo retrógrado pelo sistema venoso pudendo para o sistema venoso dorsal do pênis, transportando células neoplásicas.
Conclusão: As metástases penianas no câncer colorretal são infrequentes e a biopsia de lesões suspeitas é mandatória. Um seguimento correto no câncer colorretal é de crucial importância.