Objetivo: Avaliar a eficácia do tratamento cirúrgico da Doença Hemorroidária (DH) e do Prolapso Mucoso Interno (PMI) sem uso de materiais cirúrgicos de alto custo.
Método: Foram selecionados pacientes DH Grau II e III com PMI circunferencial e queixas de prolapso, evacuação obstruída, proctalgia e hematoquezia, entre os anos de 2016 e 2017. As cirurgias foram realizadas pelo mesmo cirurgião. Os pacientes foram submetidos a preparo mecânico do colón com solução de Monofosfato de Sódio no dia anterior e 4h antes da cirurgia. Após raquianestesia e sedação venosa, o paciente foi colocado preferencialmente em posição Canivete. Quando observado retocele, foi realizada ressecção do tecido redundante de forma a uniformizar com o restante da mucosa prolapsada. Nos pacientes portadores de DH volumosa e sangrante, em que a hemorroidopexia isoladamente não seria suficiente para aliviar os sintomas, optou‐se por complementar com a técnica de Obando. O tratamento do PMI foi feita através de uma sutura contínua de mucosa e submucosa com início a 2cm acima da linha denteada até a observação da plicatura total do prolapso, utilizando o fio Poliglactina 3.0 nos quadrantes lateral direito, lateral esquerdo, linha média posterior e linha média anterior. Os pacientes receberam alta hospitalar após 24h do procedimento cirúrgico e foram reavaliados no 1°, 15° e 30° dias de pós‐operatório (DPO) e no primeiro ano de cirurgia. Durante a consulta, os pacientes foram questionados sobre sangramento, dor, recidiva do prolapso, dificuldade em evacuar e o grau de satisfação de 0 a 10 em relação ao procedimento além de serem submetidos ao exame físico proctológico.
Resultados: Foram inclusos 6 pacientes (4 pacientes do sexo feminino, 2 do sexo masculino), com média de idade de 56,8 anos (46 a 66 anos). Todos os pacientes receberam alta após 24h da cirurgia, sem complicações associadas a dor local ou sangramento. Um paciente teve sangramento via retal no 9° DPO porém sem indicação de reoperação. No 15° DPO, duas pacientes referiram mucorreia com odor fétido e desconforto anal, sendo tratadas com antibioticoterapia e analgesia orais, apresentando bons resultados. Após um ano, nenhum paciente refere dor ou recidiva dos sintomas, referindo ótimo grau de satisfação referente ao tratamento cirúrgico.
Conclusão: É possível o sucesso no tratamento cirúrgico de DH e PMI sem uso de dispositivos de alto custo.