Introdução: A infecção do sítio cirúrgico é considerada uma das complicações mais comuns após a cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal, com taxas na literatura que variam de 0% a 41%. Não existe na literatura uma técnica ideal, descrevendo‐se o fechamento convencional (FC) e o fechamento em bolsa (FB), descrito por Banerjee e que consiste em manter uma abertura central para drenagem que cicatrizará por segunda intenção.
Objetivo: Comparar as taxas de infecção de sítio cirúrgico, no local do estoma prévio, utilizando a técnica de fechamento da pele em bolsa e o fechamento convencional, após reconstrução do trânsito intestinal.
Métodos: Estudo retrospectivo realizado, revisão de prontuário de 88 pacientes submetidos à reconstrução do trânsito intestinal no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014, utilizando a técnica de fechamento convencional (Grupo I); e 140 pacientes que foram submetidos à reconstrução do trânsito intestinal no período de janeiro 2015 a dezembro de 2017 com fechamento do sítio da ostomia em bolsa (Grupo II). Ambos foram realizados no Hospital Universitário Presidente Dutra.
Resultados: Grupo I 70 pacientes (79,5%) foram portadores de colostomia e 18 de ileostomia (20,5%), sendo que 81,8% dos pacientes eram do sexo masculino. A média de idade foi de 37,6 anos (13‐74 anos). O tempo médio de permanência da ostomia foi de 16,3 meses (3 – 108 meses). O tempo médio de internação foi de 11,6 dias (2‐61 dias). Neste grupo 26 (29,5%) pacientes tiveram infecção de sítio cirúrgico na ferida operatória com o fechamento convencional. No Grupo II fechamento em bolsa, 101 pacientes (72,1%) eram portadores de colostomia e 39 de ileostomia (27,9%), sendo que 78,3% dos pacientes eram do sexo masculino. A média de idade foi de 38 anos (8‐87 anos). O tempo médio de permanência da ostomia foi 16,8meses (4 – 51 meses). O tempo médio de internação foi de 8,7 dias (3‐47 dias). Apenas 5 pacientes neste grupo apresentaram infecção de sítio cirúrgico (3,6%).
Conclusão: A mudança na técnica de fechamento do sítio do estoma mostrou neste trabalho redução na taxa de infecção do sítio cirúrgico, de 29,5% para 3,6%, assim como redução no tempo de internação.