Objetivo: Avaliar os resultados imediatos da neuromodulação sacral no tratamento das disfunções associadas do assoalho pélvico.
Método: Foram incluídos no estudo pacientes com sintomas de incontinência fecal‐IF, urinária‐IU e/ou evacuação obstruída‐EO isoladas ou associadas que não responderam ao tratamento clínico e à reabilitação do assoalho pélvico submetidos à neuromodulação sacral. Todas foram submetidas à avaliação clínica com o escore da Cleveland Clinic de incontinência fecal‐IFCCF e constipação‐CCCF e o diário miccional associado a manometria anorretal e ultrassom‐3D anorretal. Foram submetidas a implante de eletrodos na raiz sacral‐S3 na fase I‐Teste e avaliadas de acordo com a resposta nos escores usados, em duas a três semanas. Implantados o marcapasso definitivo (Interstim II) nos casos ≥ 50% de melhoria nos sintomas.
Resultados: Incluídas 12 pacientes, média de 67 anos, oito foram submetidas a parto vaginal. Duas pacientes com cirurgia prévia de coluna; uma esfincteroplastia e prévio acidente vascular cerebral (AVC) e alteração na função motora do membro inferior esquerdo‐MIE. Apresentavam IF associada com IU em quatro casos; IU e EO em quatro; IU, IF e EO em três e IF em um. Média de pressão de repouso de 29mmHg e pressão voluntária máxima de 71mmHg e lesão parcial do esfíncter anal externo em quatro casos. Todas as pacientes foram submetidas ao implante definitivo. O IFCCF reduziu 9 vs. 0,5 (p<0,0001). O CCCF reduziu 10 vs. 3 (p<0,0001). Cinco pacientes permaneceram com irgência urinária. A média da amplitude do estímulo foi de 1,9 Mv. Não houve complicações durante a fase teste e nem definitiva. Paciente da cauda equina apresenta urina em jato contínuo e sem uso de sonda vesical e melhoria continua dos movimentos do MIE na paciente do AVC. Seguimento 12 meses.
Conclusão: A neuromodulação sacral é tratamento efetivo nas disfunções do assoalho pélvico, mesmo associadas. Nesta casuística, apresentou melhoria expressiva dos sintomas, sem evidência de complicações.