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Vol. 38. Issue S1.
Pages 106-107 (October 2018)
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Vol. 38. Issue S1.
Pages 106-107 (October 2018)
P86
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NEUROTOXOPLASMOSE EM DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO
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Gabriela Fonseca Lopes, Alessandra Kovacs Mendonça, Anderson de Almeida Maciel, Thais Yoko Ferreira Koga, Isaac Jose Felippe Correa Neto, Alexander de Sá Rolim, Laercio Robles
Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução: A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal (DII) transmural, que acomete qualquer segmento do trato gastrointestinal. Entre as opções terapêuticas, pode‐se lançar mão de agentes imunobiológicos, principalmente em pacientes com doença de atividade moderada a severa.

Descrição do caso: Sexo feminino, 30 anos, enfermeira, apresentou anemia ferropriva e diarreia associada a mucorreia há 4 anos. Após colonoscopia, foi evidenciado íleo terminal com mucosa edemaciada e ulcerações recobertas por fibrina, com anatomopatológico apresentando processo inflamatório inespecífico. Foi diagnosticada com DC, Classificação de Montreal A2L1B1 e CDAI 357 (moderada), iniciando‐se terapia combinada de Adalimumabe e Azatioprina. Após 5 meses de tratamento, apresentou quadro de cefaléia holocraniana, súbita, intensa, em aperto, com irradiação para região cervical posterior, associada a náuseas e vômitos, negando foto/fonofobia ou febre, não apresentando déficits motores ou sensitivos. A Tomografia de Crânio evidenciou hipodensidade em cápsula interna esquerda crônica e em Ressonância Magnética, hipersinal em Flair em região de lentiforme à direita e discreto espessamento meníngeo próximo à região parietal esquerda. Apresentou sorologias positivas em líquor para Toxoplasmose e Citomegalovírus. Durante internação hospitalar, iniciou‐se tratamento com Sulfadiazina, Pimimetamina e Ácido Folínico, sendo suspensas as drogas imunossupressoras e substituídas por Mesalazina. Evoluiu satisfatoriamente, recebendo alta com melhora do quadro álgico para acompanhamento ambulatorial. Em seguimento, realizou nova colonoscopia, que evidenciou retração cicatricial junto à válvula ileocecal, pseudopólipos e ulcerações planas em íleo terminal, de até um centímetro, recobertas por fibrina, sem doença colônica, optando‐se pela manutenção da Mesalazina.

Discussão: Devido à necessidade frequente do uso de drogas imunossupressoras durante o manejo da DII, os pacientes ficam expostos à infecções oportunistas, devido ao comprometimento da função imune dos hospedeiros. A doença oportunista mais relatada com o uso de agentes imunobiológicos é a tuberculose e poucos são os casos relatados de neurotoxoplasmose em pacientes com DII em uso de terapia imunológica.

Conclusão: Com o aumento do manejo da DII com o uso de agentes imunossupressores, há a necessidade de se aprimorar o reconhecimento e manejo de patologias oportunistas.

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Journal of Coloproctology

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