Introdução: As fístulas são definidas como uma comunicação anômala entre o epitélio intestinal e a pele, sendo o abscesso anorretal uma condição predisponente. Muitas vezes, a identificação do trajeto completo da lesão é difícil no exame clínico, sendo necessários métodos de imagem mais sofisticados para avaliação da lesão e planejamento terapêutico.
Objetivo: Avaliar o papel do ultrassom endoanal na avaliação e planejamento terapêutico das fístulas anorretais.
Metodologia detalhada: Revisão bibliográfica utilizando bases de dados eletrônicas, PubMed e Scielo, para obtenção de artigos sobre o tema. Foram selecionados apenas artigos publicados nos últimos cinco anos.
Resultados: O ultrassom endoanal constitui‐se em uma importante ferramenta no que tange a correta abordagem e planejamento cirúrgico das fístula anais, uma vez que permite a correta avaliação do percurso da lesão e anatomia anorretal, além de guiar o procedimento cirúrgico, diminuindo as chances de comprometimento do complexo esfincteriano e recorrências. Em comparação com a ressonância magnética endoanal, por exemplo, o ultrassom mostrou sensibilidade semelhante para identificação do trajeto fistuloso e abertura do orifício interno, com a vantagem de gerar menores custos e ser de mais fácil acesso. Além do mais, tal método de imagem permite identificar a relação da fístula com o esfíncter anal (inter, trans, supra ou extraesfincteriana), sendo portanto um guia para ajudar o cirurgião a escolher a melhor técnica e diminuindo as chances de recidivas e complicações, tal como incontinência fecal. Todavia, por se tratar de um exame operador dependente, é de suma importância que o examinador tenha total intimidade com o aparelho a ser utilizado, além de experiência para realizar tal procedimento, possibilitando que a união entre exame de imagem e planejamento cirúrgico adequado possam gerar mais benefícios para o paciente e diminuir as chances de complicações.
Conclusão: O ultrassom endoanal é uma ferramenta eficaz para estabelecer a relação da lesão fistulosa com o complexo esficteriano e para melhor avaliar a anatomia anorretal. Uma vez utilizada em conjunto com uma boa abordagem cirúrgica pode gerar melhores resultados, com menores chances de complicações e recidivas.