Objetivo: Analisar a taxa de recidiva pós‐operatória de fístulas anorretais com o uso da ultrassonografia anorretal 3D no pré‐operatório.
Método: Trabalho descritivo e prospectivo, envolveu pacientes portadores de fístulas anais em um serviço privado de Cascavel (PR), entre junho de 2010 e abril de 2016.
Foram analisados 104 pacientes, com suspeita de fístula anal ao exame físico e história clínica, os quais foram submetidos à ultrassonografia anorretal tridimensional (US 3D). Foram excluídos os pacientes que não apresentavam fístula anorretal e/ou que não fizeram o exame ultrassonográfico tridimensional.
Resultados: A média de idade foi de 44 anos (14‐79), 72 eram do sexo masculino (69,2%) e 32 do feminino (30,7%). Foram feitas 199 cirurgias, até 17 cirurgias em um mesmo paciente. A média de cirurgias por paciente foi de 1,79; 43 (41,3%) pacientes apresentaram fístula transesfincteriana, dentre esses apenas três mulheres (23%); 13 pacientes (12,5%) apresentaram fístula interesfincteriana e apenas dois (1,92%) fístula em ferradura. A média de cirurgias por paciente foi de 2,5.
Conclusão: É necessário amplo conhecimento da anatomia anorretal e do aparelho de ultrassom a ser usado, de modo a se obterem imagens ultrassônicas ricas em informações para serem bem interpretadas. Tais imagens permitem a análise completa do trajeto fistuloso devido às imagens paralelas transaxiais obtidas pelo ultrassom tridimensional, que garantem a visualização completa em todos os eixos do segmento anal afetado pela fístula, permitem, assim, a identificação do orifício de entrada, das cavidades associadas e dos trajetos.