Introdução: O uso de próteses metálicas no câncer colorretal foi descrito em 1991, como terapia paliativa. Desde então o stent metálico autoexpansível (Smae) tem sido usado para fins paliativos, assim como ponte terapêutica em pacientes com obstrução intestinal.
Objetivo: Relatar três casos candidatos a tratamento paliativo, abordados por Smae. Todos apresentavam metástase múltipla em fígado e pulmão.
Relatos de caso: 1) Paciente feminina, 60 anos, hipertensa, com tumor estenosante em reto. Posicionada prótese metálica assistida por gastroscópio, o posicionamento foi confirmado com radiografia. Permanência hospitalar de 24 horas. Assintomática por cinco meses, faleceu em decorrência da sua doença. 2) Paciente masculino, 64 anos, hipertenso, portador de adenocarcinoma em reto médio, estenosante, com episódios de semiobstrução. Implantada prótese, o procedimento foi guiado por endoscopia e fluoroscopia em conjunto. Ato sem intercorrências. Permanência hospitalar de 24h. Mantém bom estado seis meses após procedimento. 3) Paciente masculino, 78 anos, com lesão semiobstrutiva a 5cm da borda anal. Feita passagem de prótese através do colonoscópio, com posicionamento confirmado com radiografia. Evolução satisfatória com alta no mesmo dia do procedimento.
Discussão: O Smae pode ser passado por duas técnicas: através do endoscópico (through the scope [TTS]) ou guiado por fio‐guia. O seu posicionamento pode ser confirmado por endoscopia ou radiologia. Estudos apontam superioridade na técnica guiada por endoscopia, apesar de a técnica radioguiada também ser segura. Como método paliativo, a prótese apresenta vantagem sobre a cirurgia, pois garante alta mais precoce, menor tempo até o início da quimioterapia, menores índices de ostomia, com mortalidade similar. Como ponte terapêutica ainda não demonstrou superioridade em relação à cirurgia, com estudos conflitantes.
Conclusão: O uso de Smae como método paliativo permite tratamento de pacientes com tumor de reto avançado com risco de obstrução, evita cirurgia.