Introdução: As neoplasias malignas da cauda do pâncreas são pouco sintomáticas e, se diagnosticadas tardiamente, possuem prognóstico oncológico ruim. O objetivo do estudo é relatar apresentação rara de câncer de pâncreas, que evoluiu para obstrução colônica por invasão da flexura esplênica.
Descriçāo do caso: Masculino, 69 anos, perda de peso significativa, inapetência, náuseas, dor abdominal e parada de eliminação de flatos e fezes. CEA e CA 19‐9 normais. A Tomografia do abdome evidenciou espessamento de aspecto neoplásico da cauda do pâncreas com invasão do ângulo esplênico e linfadenopatia retroperitoneal. A Colonoscopia evidenciou lesão ulcerada e estenosante do ângulo esplênico, que impediu a progressão do aparelho. Submetido à cirurgia, onde se observou tumor da flexura esplênica aderido à cauda pancreática e baço. Realizado colectomia subtotal com íleo‐sigmoide anastomose e ressecção em bloco da cauda pancreática e baço. O estudo anatomopatológico confirmou o diagnóstico de adenocarcinoma pancreático. Recebeu alta após recuperação completa.
Discussão: As lesões de cauda de pâncreas podem ser assintomáticas até que atinjam maiores proporções. A dor abdominal devido obstrução do intestino grosso é rara. A tomografia é importante para o diagnóstico e as taxas de sensibilidade e especificidade CA 19‐9 variam de 70‐92% e 68‐92%, respectivamente. A cirurgia é o tratamento de escolha e a mortalidade associada a grandes ressecções é alta.
Conclusāo: Apesar de atípico, o câncer de cauda de pâncreas pode se manifestar como obstrução intestinal.