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Vol. 39. Issue S1.
Pages 6 (November 2019)
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Vol. 39. Issue S1.
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Obstrução intestinal secundária a endometriose em ceco e apêndice cecal
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D.R. Ximenez, A.P. Westphalen, G.B. Fracaro, N.L.B. Camargo, J.V.L. Bertuol, L.Z. Salomao, A.C. Ribeiro
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Cascavel, PR, Brasil
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Área: Miscelâneas

Categoria: Relatos de caso

Forma de Apresentação: Pôster

Objetivo(s): Relatar um caso clínico sobre obstrução intestinal secundária à endometriose em ceco e apêndice cecal.

Descrição do caso: Feminina, 29 anos, previamente hígida, admitida no pronto socorro (PS) devido à dor em fossa ilíaca direita (FID) há 6 dias. Negava febre, hiporexia, náuseas, vômitos ou alterações genitourinárias. Ao exame físico apresentou sinais vitais estáveis, com dor à palpação profunda, não sendo identificadas massas palpáveis ou sinais de peritonite. A tomografia computadorizada (TC) de abdome visualizou‐se pequena quantidade de líquido livre e imagem sugestiva de processo inflamatório em FID, porém não se visualizou o apêndice cecal. Dada a estabilidade hemodinâmica, ausência de fecalito na TC, melhora clínica, exames laboratoriais bons, boa compreensão da paciente e fácil acesso desta ao PS, optou‐se por tratamento conservador. Porém, após um mês de evolução, a paciente retorna ao PS referindo dor abdominal difusa, episódios de náuseas e vômitos, com parada de eliminação de fezes. Ao exame apresentava taquicardia, distensão abdominal e dor a palpação difusa. Devido à piora clínica foi submetida a laparotomia exploradora. No intraoperatório havia moderada quantidade de líquido serossanguinolento em cavidade abdominal, presença de massa bloqueada em ceco e apêndice cecal, com distensão importante de alças do delgado à montante. Realizada íleo‐colectomia com ileotransversoanastomose. O laudo anatomopatológico demonstrou a presença de endometriose profunda e obstrutiva em apêndice cecal e ceco, e negativo para malignidades. A paciente apresentou boa evolução recebendo alta hospitalar, com seguimento ambulatorial pela Cirurgia Geral e pela Ginecologia.

Discussão e Conclusão(ões): A endometriose é a presença de tecido endometrial em locais extra‐uterinos, doença benigna que acomete 10% a 15% da população geral de mulheres, o maior número de diagnósticos é entre 29 e 39 anos. O envolvimento intestinal pode ocorrer em até um terço das pacientes, geralmente é assintomático e os locais mais comuns, de acordo com a frequência de ocorrência, incluem: retossigmoide, cólon proximal, intestino delgado e apêndice. O ceco está envolvido em menos de 5%. A apresentação dos casos sintomáticos é inespecífica, com amplo espectro de diagnósticos diferenciais, como doença de Crohn, apendicite aguda, abscessos tubo‐ovarianos, obstruções intestinais ou malignidades. As obstruções decorrem de estenoses causadas por aderências com estruturas próximas ou fibrose da parede intestinal secundária à reação inflamatória causada pelos sangramentos cíclicos, o que causa ao longo do tempo constrição do lúmen intestinal. Na endometriose intestinal, o local mais comum de obstrução é o retossigmoide, sendo a obstrução cecal uma condição rara. O diagnóstico pré‐operatório de obstrução intestinal cecal por endometriose é um desafio devido à inespecificidade dos sintomas e diagnósticos diferencias mais prevalentes, porém é fundamental considerá‐lo em mulheres na idade fértil.

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Journal of Coloproctology
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